Mulheres podem dar a vitória a Obama

Nos mais de 200 anos de democracia dos Estados Unidos da América (EUA) nunca uma mulher chegou, pelo voto, à Casa Branca, quer como Presidenta ou Vice-Presidenta.

Mas as mulheres podem decidir quem será o próximo Presidente dos EUA se a disputa entre Barack Obama e Mitt Romney continuar apertada. Na média das diversas pesquisas nacionais, realizada pelo Real Clear Politics, a diferença entre os dois candidatos com chances de vitória (existem dezenas de outros candidatos, mas sem qualquer chance) tem variado entre zero e seis por cento. No dia 30 de maio, a diferença estava em 2%, quando se considera o eleitorado total.

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Porém, o quadro muda de figura quando se considera apenas os votos femininos. Pesquisas da ABC News/Washington Post mostram que a diferença entre Obama e Romney já chegou a mais de 20 pontos e no final de maio de 2012 estava em 11%. Como as mulheres são cerca de metade do eleitorado, isto significa que elas são responsáveis por uma margem de 5,5% a favor de Obama.

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O candidato Mitt Romney tem feito um esforço muito grande para conquistar o eleitorado feminino. Inclusive tem dado muito espaço para a sua esposa – Ann Romney – visando a conquista do voto feminino. Porém, a plaforma política e as bandeiras do Partido Republicano não ajudam a conquistar o eleitorado feminino. Ao contrário, existe uma “war on women” por parte dos conservadores do GOP (Great Old Party).

Pode parecer absurdo, mas o patriarcalismo e a guerra contra as mulheres por parte do Partido Republicano (GOP) tem capítulos dramáticos e até cômicos (segundo o site moveon.org):

1) Os republicanos, além de quererem reduzir o acesso das mulheres ao aborto, estão tentando redefinir o conceito de estupro, tornando as agressões sexuais contra as mulheres mais aceitável;

2) Um deputado estadual do GOP, na Geórgia, está tentando amenizar as penas paa crimes de estupro, perseguição e violência doméstica;

3) Em Dakota do Sul, os republicanos propuseram um projeto de lei que poderia tornaar legal assassinar um médico que presta assistência ao aborto;

4) Os republicanos querem cortar cerca de um bilhão de dólares de ajuda alimentar para mulheres de baixa renda, grávidas, mães, bebês e crianças;

5) No Congresso, os republicanos têm um projeto de lei que permitiria hospitais deixar uma mulher morrer ao invés de realizar um aborto para salvar sua vida;

6) Em Maryland, republicanos cortaram todo o dinheiro do condado para um programa voltado a crianças de baixa renda do nível pré-escolar. Segundo disseram, as mães devem ficar em casa com as crianças e não fora trabalhando;

7) Em nível federal, os republicanos querem reduzir esse mesmo programa, o Head Start, em US $ 1 bilhão, significando que mais de 200.000 crianças poderiam perder seus lugares na pré-escola;

8) Os republicanos estão mirando os dois terços dos pobres idosos que são mulheres, já que tentam passar uma lei de cortes dos financiamentos para os serviços de emprego, alimentação e moradia para idosos;

9) o Congresso acaba de votar uma emenda republicana para cortar todo o financiamento federal de centros de saúde para o planejamento familiar e o acesso aos métodos contraceptivos;

10) E se tudo isso não fosse suficiente, os republicanos estão fazendo pressão para eliminar todos os fundos para o programa de planejamento famíliar no país e no exterior (mas o deputado republicano Dan Burton tem um projeto de lei para fornecer contracepção para os cavalos selvagens).

Portanto, não é de se estranhar que a maioria absoluta das mulheres americanas indiquem intenção de voto em Barack Obama. Mas Mitt Romney tem maioria, por menor margem, entre o eleitorado masculino. Nesta “guerra dos sexos”, quem vencerá as eleições de novembro?

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José Eustáquio Diniz Alves