Dois Vezes Um By Rafael Reinehr / Share 0 Tweet – Finalmente tive uma idéia para meu primeiro livro. – Que seria? – Escrever um livro sobre o que meus leitores acharam do meu livro anterior. – Mas esse não seria seu primeiro livro? – Sim. – E como você faria para ter opiniões dos leitores sobre algo que não existe? -Aí é que está a grande sacada. Eu poderia inventar as cartas, os emails, os comentários e… – Finalmente tive uma idéia para meu primeiro livro. – Que seria? – Escrever um livro sobre o que meus leitores acharam do meu livro anterior. – Mas esse não seria seu primeiro livro? – Sim. – E como você faria para ter opiniões dos leitores sobre algo que não existe? -Aí é que está a grande sacada. Eu poderia inventar as cartas, os emails, os comentários e qualquer outra mensagem dos leitores. – Mas para isso você teria que pensar em um livro, não? Ou você iria inventar cartas de opiniões de seus leitores a partir de assunto algum? – Eu estava pensando em inventar as cartas diretamente. Escrever um livro daria muito trabalho. – Dois, no caso. – Como? – Ué, você escreveria um livro, que não seria publicado. Em cima dele, você escreveria as opiniões dos leitores. Então, depois disso, você criaria seu segundo livro, em cima destas opiniões fictícias. – Nossa, é mesmo. Que trabalheira. Só de pensar já tô suando. Vou abandonar essa história de livro. Desde já, começarei a pensar em algum argumento para histórias em quadrinhos. Personagens, uma turma, algo assim. – Que tal uma história de uma turma de bairro, com uma menina dentuça e forte, um garoto que troca o érre pelo éle e é meio careca, um garoto que não toma banho e uma menina que vive com fome. – Maconheira a menina? – Não, não. Tá em fase de crescimento. – Rapaz… você já tinha pensado nisso ou foi de chofre? Bom, de qualquer forma, não sei não… eu estava pensando em algo para o público infantil e esses personagens aí parecem muito complexos e densos para fazerem sucesso. – Eu simplesmente descrevi a Turma da Mônica, seu asno. Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali. – É? – Sim. – O Cebolinha não tomava banho? – No caso, o Cascão não tomava banho. – É mesmo? – Sim. – Rapaz… – Você nunca leu a Turma da Mônica? – Bom, minha mãe sempre comprava os quadrinhos da Disney para mim. E a Turma da Mônica eu só lia na sala de aula. – Sala de aula? – É. Do curso de leitora dinâmica que fiz quando criança. – Era bom, hein, esse curso. Você não entendeu nem a Turma da Mônica. Durou quanto tempo? – Seis meses. – Só? – É, foi o suficiente para ler 5 anos de Almanacão de Férias da Turma da Mônica, todas as revistas da Mônica, do Cebolinha, do Cascão e do Chico-Capim. – Chico Bento, você quer dizer. – Não, não. Chico Capim mesmo. Era um menino caipira que lá pelas tantas virava um índio e depois sei lá como desvirava e voltava a ser um menino caipira. – Acho que você tá misturando o Chico Bento e o Papa-Capim. – Quem? – Deixa para lá. Leia no blog de origem: Dois vezes Um