Títulos de Nobreza


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– Sabe uma coisa que eu não entendo?

– Vai falar de novo sobre matrizes, determinantes e logaritmos?

– Não, não. Isso eu já conclui que é bruxaria mesmo. E bruxaria não é entendível. Acredita-se, teme-se e pronto. Não há nada que possamos fazer sobre isso.

– Tá. E o que é que você não entende?

– Esse lance de Mônaco. 

– Qual lance? De ser um microestado?

– Não. De ser um principado. Como funciona um principado? Como são feitas as eleições em um principado?

– Eu acho que não há eleições em principados. E vou além: eu acho que um principado é como um reinado, mas quem manda não é o rei, mas o príncipe.

– Esse negócio de reinado é tão démodé, não? Tão… tão… século 15.

– Pois é.

– De qualquer forma, eu não consigo entender isso de principado. Se é um príncipe que manda na parada, como funciona a sucessão? 

– Posso estar enganado, mas eu acho que é assim: o príncipe fica mandando no país. Daí, se o pai dele, que é o rei, morre, muda tudo. O até então príncipe vira automaticamente rei e é destituído do poder, que é passado para o filho dele.

– E se o filho tiver, vamos supor, 7 anos de idade? Mesmo assim ele assume?

– Se ele for menor, você quer dizer?

– De menor.

– Desculpe. De menor. Quando você disse sobre o filho do príncipe ter 7 anos, você quis exemplificar caso ele fosse de menor, correto?

– Isso.

– Acho que ele assume, sim. E mais: se houver mais de um filho, quem assume é o mais novo. Essa é a alma do principado. Os mais novos mandam e desmandam. Os mais velhos obedecem, se tiverem juízo.

– E se o rei morre e o príncipe não tem filhos, quem assume?

– Imediatamente após a morte do rei, o então príncipe é enviado para um quarto com doze ou treze mulheres para gerar um filho. E nesses nove meses, até o novo príncipe nascer, quem manda no país, interinamente, é o filho do duque ou o do vizir. E no caso destes não terem filhos, quem manda e desmanda é filho do monsenhor.

– Nossa! Como é complicado! E eu achando que duque era um título nobiliárquico integrado, enquanto vizir seria uma espécie de conselheiro religioso e político. Já monsenhor eu achava que era um título eclesiástico honorífico conferido aos sacerdotes da Igreja Católica Apostólica Romana pelo Papa. 

– Você não sabe de nada.

– Pois é. Última dúvida. E no caso do monsenhor não ter filhos?

– Aí, eles fazem eleições diretas e resolvem o assunto nas urnas.

– Sabe uma coisa que eu não entendo?

– Vai falar de novo sobre matrizes, determinantes e logaritmos?

– Não, não. Isso eu já conclui que é bruxaria mesmo. E bruxaria não é entendível. Acredita-se, teme-se e pronto. Não há nada que possamos fazer sobre isso.

– Tá. E o que é que você não entende?

– Esse lance de Mônaco. 

– Qual lance? De ser um microestado?

– Não. De ser um principado. Como funciona um principado? Como são feitas as eleições em um principado?

– Eu acho que não há eleições em principados. E vou além: eu acho que um principado é como um reinado, mas quem manda não é o rei, mas o príncipe.

– Esse negócio de reinado é tão démodé, não? Tão… tão… século 15.

– Pois é.

– De qualquer forma, eu não consigo entender isso de principado. Se é um príncipe que manda na parada, como funciona a sucessão? 

– Posso estar enganado, mas eu acho que é assim: o príncipe fica mandando no país. Daí, se o pai dele, que é o rei, morre, muda tudo. O até então príncipe vira automaticamente rei e é destituído do poder, que é passado para o filho dele.

– E se o filho tiver, vamos supor, 7 anos de idade? Mesmo assim ele assume?

– Se ele for menor, você quer dizer?

– De menor.

– Desculpe. De menor. Quando você disse sobre o filho do príncipe ter 7 anos, você quis exemplificar caso ele fosse de menor, correto?

– Isso.

– Acho que ele assume, sim. E mais: se houver mais de um filho, quem assume é o mais novo. Essa é a alma do principado. Os mais novos mandam e desmandam. Os mais velhos obedecem, se tiverem juízo.

– E se o rei morre e o príncipe não tem filhos, quem assume?

– Imediatamente após a morte do rei, o então príncipe é enviado para um quarto com doze ou treze mulheres para gerar um filho. E nesses nove meses, até o novo príncipe nascer, quem manda no país, interinamente, é o filho do duque ou o do vizir. E no caso destes não terem filhos, quem manda e desmanda é filho do monsenhor.

– Nossa! Como é complicado! E eu achando que duque era um título nobiliárquico integrado, enquanto vizir seria uma espécie de conselheiro religioso e político. Já monsenhor eu achava que era um título eclesiástico honorífico conferido aos sacerdotes da Igreja Católica Apostólica Romana pelo Papa. 

– Você não sabe de nada.

– Pois é. Última dúvida. E no caso do monsenhor não ter filhos?

– Aí, eles fazem eleições diretas e resolvem o assunto nas urnas.

Leia no blog de origem: Dois vezes Um

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Rafael Reinehr

Rafael Reinehr é um autodidata eclético. Saiba mais sobre ele em http://reinehr.org/quem-sou