Dois Vezes Um By Rafael Reinehr / Share 0 Tweet – Sabe uma coisa que eu não entendo? – Vai falar de novo sobre matrizes, determinantes e logaritmos? – Não, não. Isso eu já conclui que é bruxaria mesmo. E bruxaria não é entendível. Acredita-se, teme-se e pronto. Não há nada que possamos fazer sobre isso. – Tá. E o que é que você não entende? – Esse lance de Mônaco. – Qual lance? De ser um microestado? – Não. De ser um principado. Como funciona um principado? Como são feitas as eleições em um principado? – Eu acho que não há eleições em principados. E vou além: eu acho que um principado é como um reinado, mas quem manda não é o rei, mas o príncipe. – Esse negócio de reinado é tão démodé, não? Tão… tão… século 15. – Pois é. – De qualquer forma, eu não consigo entender isso de principado. Se é um príncipe que manda na parada, como funciona a sucessão? – Posso estar enganado, mas eu acho que é assim: o príncipe fica mandando no país. Daí, se o pai dele, que é o rei, morre, muda tudo. O até então príncipe vira automaticamente rei e é destituído do poder, que é passado para o filho dele. – E se o filho tiver, vamos supor, 7 anos de idade? Mesmo assim ele assume? – Se ele for menor, você quer dizer? – De menor. – Desculpe. De menor. Quando você disse sobre o filho do príncipe ter 7 anos, você quis exemplificar caso ele fosse de menor, correto? – Isso. – Acho que ele assume, sim. E mais: se houver mais de um filho, quem assume é o mais novo. Essa é a alma do principado. Os mais novos mandam e desmandam. Os mais velhos obedecem, se tiverem juízo. – E se o rei morre e o príncipe não tem filhos, quem assume? – Imediatamente após a morte do rei, o então príncipe é enviado para um quarto com doze ou treze mulheres para gerar um filho. E nesses nove meses, até o novo príncipe nascer, quem manda no país, interinamente, é o filho do duque ou o do vizir. E no caso destes não terem filhos, quem manda e desmanda é filho do monsenhor. – Nossa! Como é complicado! E eu achando que duque era um título nobiliárquico integrado, enquanto vizir seria uma espécie de conselheiro religioso e político. Já monsenhor eu achava que era um título eclesiástico honorífico conferido aos sacerdotes da Igreja Católica Apostólica Romana pelo Papa. – Você não sabe de nada. – Pois é. Última dúvida. E no caso do monsenhor não ter filhos? – Aí, eles fazem eleições diretas e resolvem o assunto nas urnas. – Sabe uma coisa que eu não entendo? – Vai falar de novo sobre matrizes, determinantes e logaritmos? – Não, não. Isso eu já conclui que é bruxaria mesmo. E bruxaria não é entendível. Acredita-se, teme-se e pronto. Não há nada que possamos fazer sobre isso. – Tá. E o que é que você não entende? – Esse lance de Mônaco. – Qual lance? De ser um microestado? – Não. De ser um principado. Como funciona um principado? Como são feitas as eleições em um principado? – Eu acho que não há eleições em principados. E vou além: eu acho que um principado é como um reinado, mas quem manda não é o rei, mas o príncipe. – Esse negócio de reinado é tão démodé, não? Tão… tão… século 15. – Pois é. – De qualquer forma, eu não consigo entender isso de principado. Se é um príncipe que manda na parada, como funciona a sucessão? – Posso estar enganado, mas eu acho que é assim: o príncipe fica mandando no país. Daí, se o pai dele, que é o rei, morre, muda tudo. O até então príncipe vira automaticamente rei e é destituído do poder, que é passado para o filho dele. – E se o filho tiver, vamos supor, 7 anos de idade? Mesmo assim ele assume? – Se ele for menor, você quer dizer? – De menor. – Desculpe. De menor. Quando você disse sobre o filho do príncipe ter 7 anos, você quis exemplificar caso ele fosse de menor, correto? – Isso. – Acho que ele assume, sim. E mais: se houver mais de um filho, quem assume é o mais novo. Essa é a alma do principado. Os mais novos mandam e desmandam. Os mais velhos obedecem, se tiverem juízo. – E se o rei morre e o príncipe não tem filhos, quem assume? – Imediatamente após a morte do rei, o então príncipe é enviado para um quarto com doze ou treze mulheres para gerar um filho. E nesses nove meses, até o novo príncipe nascer, quem manda no país, interinamente, é o filho do duque ou o do vizir. E no caso destes não terem filhos, quem manda e desmanda é filho do monsenhor. – Nossa! Como é complicado! E eu achando que duque era um título nobiliárquico integrado, enquanto vizir seria uma espécie de conselheiro religioso e político. Já monsenhor eu achava que era um título eclesiástico honorífico conferido aos sacerdotes da Igreja Católica Apostólica Romana pelo Papa. – Você não sabe de nada. – Pois é. Última dúvida. E no caso do monsenhor não ter filhos? – Aí, eles fazem eleições diretas e resolvem o assunto nas urnas. Leia no blog de origem: Dois vezes Um