Vamos por uma pedra no assunto

Vamos por uma pedra no assunto

As pedras no caminho estão ali mesmo para tropeçar, mas se tropeçar não caia. Aquí as pedras não são exatamente pedras, são memória e contam histórias de vida e morte do passado para os vivos do presente e para as gerações futuras. Podemos encontra-las em várias cidades da Alemanha, como Colônia, Berlin, Düsseldorf…

 

Vamos por uma pedra no assunto

No passeio de uma rua em Colônia duas pequenas pedras com uma pequena placa gravada dos nome Ernst e Elisabeth Mayer contam a história de uma família deportada para os campos de concentração em Auschitz. Medindo 10 X 10 centímeros indicam a moradia de famílias judias, cidadãos que foram perseguidos e assassinados durante o Nacional Socialismo. São mais de 1400 dessas pedrinhas espalhadas pelas ruas de Colônia e ao todo 8.000 em 127 lugares em toda a Alemanha, pedras estas que lembram histórias e o sofrimento daqueles que alí habitaram, contruiram suas vidas, suas famílias e por serem judeus foram mandados para os campos de concentração para serem exterminados nas camaras de gas. O passado incomoda muitos no presente e alguns proprietários das casas protestam contra as pedras nas suas calçadas argumentando que desvalorizam o imóvel na hora de alugar ou vender. Eles querem mesmo por uma pedra no assunto, arquivar tudo, mas os dignos cidadãos judeus e alemães puseram muitas pedras no assunto.

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Foto: Pedra na calçada na rua Venloe, 23, Colônia, Alemanha, leia-se:

Aquí morou: Dr Ernst Mayer, nascido em 1874, deportado em 1942 para Theresienstadt* e em 1944 para Auschwitz.

Aquí morou: Elisabeth Mayer, nome de nascida Teusch, em 1884, deportada em 1942 para Theresienstadt e em 1944 para Auschwitz.

* Theresienstadt, hoje Tchqueoslovaquia, campo de concentração, entreposto para o extermínio de judeus.

 

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Solange Ayres