palavAras By Rogério Felipe / Share 0 Tweet As palavAras são as que cutucam. É difícil delas escapar ileso. Nelas esbarramos ou por elas somos esbarrados. Tropeçamos, caímos, e logo podemos nos colocar de pé outra vez. E quando de pé estamos, para onde vamos? O caminho se faz ao caminhar, já nos disse um poeta, o contrário de fazer promessas de traçado ou de composição. Ah, isto era para ser uma coluna, mas talvez funcione melhor como uma esquina, pois geralmente não sabemos que tipo de encontro nos reserva uma esquina. Uma esquina não, várias, com seus cruzamentos e transversalidades, compondo nomadologias repletas de palavAras, estas mesmas que atravessam ou colocam para atravessar. Ou seria atraversar? As palavAras e os conceitos guardam qualquer coisa de afinidade e aliança. Guardam e ao mesmo tempo perdem. É porque as palavAras são de duração efêmera, embora mesmo assim sejam capazes de nos afectar e de serem afectadas. Sorrateiramente escondidas nas entrelinhas de um texto escrito, de uma fala, de um sussurro, grito, ou outro som qualquer, lá estão elas, blocos de palavAras nas esquinas da frase. E é por lá que transitaremos, povoando esquinas e seus blocos de palavAras. Nesta coluna, que surge com a força de uma ou várias esquinas, haverá palavras também, assim como imagens, ruídos, conceitos, um punhado de elementos, cenas e acontecimentos. As ciências, as ditas humanas, e as de outras laias, assim como as artes, e o agito das forças do mundo, nos fornecerão alguns balizamentos… outros balizamentos nós é que teremos que construir e inventar. E a construção aqui se dá para que possa funcionar acolá. Onde? No mundo. Agradeço ao Rafael Reinehr pelo convite e aqui me junto aos muitos que compõem esta rede incrível. Longa Vida ao OPS! e muito trabalho pela frente.