A dita MPB por onde anda?

Muitas vezes me pego pensando a respeito da atual da música brasileira.
Meus devaneios se perdem em um objetivo não muito claro de tentar encontrar um ou alguns representantes daquilo que se convinha chamar de MPB.
Uma unanimidade
Um representante
Ou ao menos um movimento legítimo e criativo como aquele da tropicália, ou o clube da esquina, ou os sambistas ou qualquer coisa nova e significativa…
 
E fica difícil… Não sei bem qual é o motivo. Se o problema são eles ou se sou eu…
 
Bem, é que tenho esta tendência de rejeitar tudo aquilo que vem veiculado na TV como unanimidade aceita, o sucesso do momento, esta construção da imagem que fazem dos artistas na mídia nos empurrando goela abaixo Ivetes Sangalos e Claudias Leite junto com generosas porções de cerveja e carnaval… Isso tudo simplesmente passa batido pela minha visão.
 
 Também tenho outro costume, herança da minha formação musical de roqueiro, que é ouvir músicas estrangeiras, inglesas ou americanas ou latinas, mas às vezes penso que isso acontece também em parte porque não se está produzindo (ou devo dizer, distribuindo?) nada a altura no Brasil… Nada a altura de Caetano ou de Milton Nascimento ou Chico Buarque…
 
Ta bem, vamos tirar a música pop e o axé e pagodes e sertanejos universitários da frente. Vamos pensar em MPB.
Será que é Possível hoje separar a MPB da música pop, ou rock, ou música comercial no Brasil?
Quem são os nomes mais expressivos que existem hoje em dia, de projeção nacional que sejam autênticos, criativos, originais?
 
Marisa Monte! É, este é um dos nomes mais fortes da música atual no Brasil A mãe de todas as cantoras da nova geração da música brasileira… Reina sozinha no reino do vácuo…
 
Mas poxa, essa daí se inventou uma vez, há uns 25 anos atrás, e desde então ela é só ela mesma!!! Você ouve qualquer novo disco de MM e… Nenhuma novidade!!É tão pasteurizado que dá pena! Uma voz tão interessante, mas com pouca criatividade. Tudo bem, MM é uma intérprete, e ela depende de outros compositores para fazer seu repertório, e voltamos novamente para a nossa procura por algo inovador e inteligente na MPB.
 
O fatídico aniversário de 50 anos da bossa nova uns anos atrás, acabou provocando uma onda tão avassaladora desses “mais do mesmo” por todos os lados, onde surgiram zilhões de bossanovistas, dando crédito a João Gilberto (que me faz dormir) e cantando músicas com cheiro de naftalina, e sem nenhuma empolgação…
 
Até mesmo as novelas da TV ficam ressucitando bossas nem tão novas, e Gonzaguinha, e Tom Jobim, e outros setentistas, numa nostalgia que não deve ser por acaso…
 
Tem ainda outros artistas de teor duvidoso tais como Maria Rita, e Zeca baleiro que não tem chance!
 
La Rita porque em parte veio estigmatizada pelo timbre de voz parecido com o da mãe, e que na primeira audição despertava na gente uma alegria tão grande da possibilidade de ouvir de novo alguém vivo com aquela voz… Mas o encanto se quebrava já na primeira audição de qualquer gravação inteira da diva, porque é monótono… Não tem brilho… A gente fica esperando o clímax da música e ele nunca vem! Todos os dias esse vai e vem…
 
O baleiro porque é um medíocre… Eu costumo chamá-lo de menestrel da rima-pobre. Pelamordedeus! Quem prestou atenção um pouquinho nas aulas de literatura sabe que um poema como “eu não sei dizer o que quer dizer o que vou dizer” é pura e simplesmente rima pobre. Assim como tudo o que ele fez depois desta música…
 
Minha mãe me disse que esse Zeca aí, escreve umas colunas interessantes na revista Isto é, e eu espero que ele descubra que é bom fazendo outras coisas porque como compositor e cantor o cara é sofrível… E me espanta ver como lota teatros esse baleiro, cara! É tido e havido! Decerto eu tenho algum problema!
 
 E aí em são Paulo tem um clube de jazz lindo chamado Bourbon jazz, e sabe quem eu descubro que faz temporadas lá cantando Standards? A Sandy! Pelamordedeus, tira o tubo!
 
E ainda tem o seu Jorge e a Ana Carolina… Esses se levam tão a sério que nem vale o comentário aqui.
 
Tá bem, não vamos dizer que eu não gosto de ninguém, que não falei de flores… Eu gosto da Adriana Calcanhoto. Que poesia! Que voz! Que melancolia! Onde estão as outras Adrianas do Brasil?
 
Depois tem uns 900 artistas legais, que são realmente muito bons, mas que aparecem e desaparecem apenas regionalmente, com apenas alguma projeção nacional às vezes por causa de uma música em novela e tal…
 
Estão aí, batalhando seu espaço, dando a cara pra bater, mas não sei se esses nomes aí são unanimidade. Lenine, Vitor Ramil, Chico Cesar (por onde anda?), Arnaldo Antunes, Luiz Tatit, Céu, Mar’tnália, Maria Gadu, a própria Fernanda Takai que eu cansei, o Diogo Nogueira, Nelson Coelho de Castro, Paulo Moska, e… tantos, tantos outros…
Está bem, alguém dessas galeras aí vai se tornar um grande nome ainda na próxima década, creio eu…
 
Mas por enquanto parece que estamos no vácuo!
 
 
Vem cá, me diz: quantos discos de MPB te interessaram por inteiro nos últimos anos?
 
 

  

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Afonso Henrique Oliveira Félix