Educação Ecológica: a base que precisamos

2008 marcou a história como o ano onde as questões climáticas passaram a ser largamente debatidas e informadas pelos meios de comunicação. Assuntos conhecidos desde a ECO72 e esquecidos após a ECO92, voltaram à tona com a eminência de uma transformação mais radical e abrupta de nosso habitat: o planeta Terra. O que está em risco não é mais somente animais, plantas ou rios, mas sim todo e qualquer tipo de vida na terra, inclusive a nossa.

 

O papel dos meios de informação foi crucial para a massificação dos conhecimentos e a tomada de consciência global, porém acredito que precisamos ir além. Essas discussões precisam de uma vez por todas delinear todo o conteúdo educacional de nossas instituições de ensino, desde a pré-escola até a universidade. Formar massa crítica e fazer com que as crianças e adultos se situem frente a essas mudanças é uma tarefa extremamente necessária. Educadores e políticos precisam arregaçar suas mangas nessa tarefa, mas é claro que nosso papel não é de menor importância. Seja qual for seu ofício e atuação na sociedade, você também pode ser um veículo de informação e educação para as pessoas que a cercam.

 

As questões são diversas. Logicamente nunca saberemos tudo, mas não podemos continuar nos contentando em não saber quase nada…

 

Quanto às escolas, precisamos aproximar o conhecimento das questões ecológicas, biológicas, econômicas e políticas que envolvem nossas sobrevivência na Terra. De onde vêm nossos alimentos? Como eles são preparados? O quanto os processos convencionais de agricultura prejudicam nosso meio ambiente? De onde vem esse batata frita, esse refrigerante e esse lanche? E os brinquedos? O plástico? Quais as matérias primas não renováveis utilizadas, e o quanto os processos de fabricação impactam ao nosso redor?

 

As questões são diversas. Logicamente nunca saberemos tudo, mas não podemos continuar nos contentando em não saber quase nada ou ignorarmos quase tudo. Conhecer por exemplo a cadeia de produção de um alimento simples como a batata até nossas casas, seria um bom início para atentarmos sobre todas as outras cadeias de produção e consumo existentes e seus impactos em nossa vida. Como mudaremos esses processos de produção, econômicos, industriais se não tivermos esse tipo de consciência? Quando um adulto chega aos postos de poder e liderança nas grandes empresas, já é tarde demais para mudar alguma coisa. Sentado ali atrás de sua mesa, sua função é muito mais perpetuar o sistema e não mais muda-lo para beneficiar o planeta.

 

Sem a educação necessária e correta nos diversos momentos de nossas vidas, não estaremos aptos a promover as mudanças necessárias no momento certo. As questões que debatemos hoje, eram prioridade há vinte, trinta anos atrás e não foram tratadas a contento por quase duas gerações diferentes. Qual o peso da “falta de educação” e consciência nessa inércia? Certamente foi enorme.

 

Em 2009, pensemos nessas questões. E seja lá qual for sua atividade, reflita como poderá agir em prol da educação ecológica, para que possamos alcançar níveis superiores de consciência sobre as questões que envolvem nosso planeta e a sobrevivência de todos.

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Paulo Ricardo Colacino e Lício