Allegro By Sara Gobbi / Share 0 Tweet Não é de hoje que se vê preconceito em seja lá qual for o assunto. Mas, o que mais me admira é como o mundo da dança é repleto deles. Sendo mais específica ainda, o ballet. Nos meus míseros 19 anos tenho ouvido falar de preconceito para com os bailarinos. Nunca sofri preconceito nenhum, aliás, sempre foi uma maravilha: "você faz ballet? Que gracinha!!!". Mas claro, sou menina! E é lindo uma garota fazendo ballet, é delicado, bonito, leve, enfim. Mas já presenciei – muitas vezes – preconceitos e brincadeiras de mau gosto contra os meninos que fazem ballet. Amigos meus já foram diversas vezes (pré)julgados por outros que nem sequer os conheciam. Isso, além de ser desconfortável, é demasiadamente chato. Agora uma pergunta simples, para os espectadores dos espetáculos, principalmente: que diferença faz se o rapaz que se encontra no palco é hetero ou homossexual? Vai mudar, por acaso, alguma coisa? Quem sou eu para dar lição de moral. Mas, pensando sobre o assunto e conversando com diversas pessoas, cheguei a uma simples – e um tanto óbvia – conclusão. Esse tal preconceito não decorre, geralmente, do público que aprecia uma boa dança. Ele aparece naquele meio cheio de rapazes que não entendem coisa alguma sobre arte e para se sentirem os "machões" precisam menosprezar alguém. E é incrível como existem pessoas assim. Se você, leitor, identificou-se com o perfil de "machão" traçado no texto, reavalie seus conceitos, meu caro. Esse é o primeiro sinal de ignorância artística identificado em uma pessoa. É típico de quem não entende das coisas lançar mão de um tópico como esse (homossexualismo) para desviar a atenção do assunto principal. Nada melhor do que ficar calado se não houver nada produtivo a ser dito. Acho importantíssima uma autocrítica, e é extremamente saudável que o indivíduo (re)avalie sua opinião – que por muitas vezes não possui uma base sólida – constantemente. Meu leitor mais atento deve estar se perguntando se eu não vou desenrolar e resolver o que foi proposto no título. Não, caríssimo, não farei isso por um simples motivo: acho totalmente desnecessária a discussão de algo irrelevante. Afinal, como já foi dito, que diferença faz se quem está no palco é homo ou heterossexual? A dança não vai mudar por causa disso. O título foi pura estratégia (publicitária, que seja) para chamar atenção das pessoas, principalmente dos curiosos preconceituosos que adorariam me ver confirmando toda a teoria infundada que eles possuem. Sinto muito. Au revoir.