Já falei aqui sobre a questão do chamado “mito da proteína” que cerca o mundo da alimentação vegetariana, dando mais ênfase a famosa PVT (Proteína Texturizada Vegetal) e demais derivados de soja. Mas o que você, incauto leitor, não sabia ainda, é sobre a maravilhosa fonte de proteínas encontrada no subterrâneo mundo dos fungos: o cogumelo.
Pertencentes ao reino fungi, os cogumelos são fungos transformados
Os cogumelos fazem parte da alimentação humana desde a antiguidade, sendo que alguns estudiosos acreditam que ele foi colhido e devorado até por nossos ancestrais pré-históricos. Na antiguidade, os egípcios cogumelos para servi-los ao Faraó, enquanto romanos e gregos o tinham como importante ingrediente de seus famosos banquetes orgiásticos. Estudiosos encontraram restos de cultivo de cogumelos, provavelmente shitake, embaixo de toras na China há cerca de
Mas mais importante do que isso são as propriedades nutricionais dessas maravilhosas iguarias. Para começar, é importante dizer que a grande parte dos cogumelos produzidos no Brasil, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos, tem baixo índice de gordura e alto valor protéico. Alto valor protéico? Isso mesmo! Para não perder sua sagrada proteína você pode ir a lugares e sabores que antes eram inimagináveis. Além disso, os cogumelos apresentam alto teor de fibras, ideal para o bom funcionamento do sistema digestivo, e boas doses de ácido fólico e fósforo.
Como destaque desse time onde todos jogam bem, podemos trazer o cogumelo Shitake. Considerado um alimento funcional e medicinal pela sabedoria oriental, pesquisas feitas nos EUA e Japão indicam que essa maravilhosa variedade do fungo contem lentina, componente que contribui para a ativação do sistema imunológico, alem de apresentar propriedades anticancerígenas e se mostrar muito eficaz no tratamento de hepatite B e até mesmo da AIDS. Na tradicional medicina chinesa, ele é usado para tonificar a energia de órgão como fígado, rins, baço, pâncreas, pulmão e estomago.
Mas toda essa badalação em torno do shitake não deixa de lado as propriedades nutricionais da outras espécies de cogumelo. É importante notar também que há uma onda de estudos muito grande em torno do shitake, o que não ocorre com seus colegas do reino fungi. E, como o consumo no Brasil ainda é muito pequeno, o que provoca a manutenção do alto preço (e o alto preço provoca a manutenção do baixo consumo…), fica aqui a única sugestão possível: cogumelo pra dentro! Para ajudar, sempre uma receitinha básico. E prometo que não vai ser estrogonofe.
Trigo com cogumelo
1 xícara (chá) de trigo integral em grãos
2 folhas de louro
250 g de shiitake
250 g de shimeji
3 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 xícara (chá) de salsinha picada
1 colher (sopa) de tomilho fresco
10 tomates-cereja partidos ao meio
3 colheres (sopa) de molho de soja
sal a gosto
Lave o trigo e coloque-o em uma panela de pressão. Se preferir, deixe de molho no dia anterior. Cubra com água e adicione o louro e 1 colher (chá) de sal. Tampe a panela e cozinhe por 15 minutos, ou até o trigo ficar macio. Retire, escorra e reserve. Limpe o shiitake e o shimeji, retirando a parte mais dura do pedúnculo. Lave bem e reserve. Aqueça o azeite em uma panela e junte os cogumelos. Refogue, mexendo com delicadeza, por 3 minutos ou até murcharem um pouco. Acrescente o trigo, a salsinha, o tomilho, o tomate e o molho de soja. Reduza o fogo e cozinhe por mais 5 minutos. Se necessário, acerte o sal. Cada porção tem 385 calorias e
(Fonte: Revista água na Boca)