Assuma o controle


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Alguém aqui já questionou o quanto de revolucionário pode existir na arte da culinária? Qual é a real importância de saber escolher e preparar o próprio alimento? Afastados das condições naturais de vida que experimentamos muito tempo atrás, passamos pela prateleira do supermercado pegando embalagens a esmo, comprando propagandas, levando pra casa a mais vasta gama de elementos químicos nada salutares. E não percebemos que isso influencia do nosso modo de ver as coisas até o nosso estado de espírito.

Quando você está gripado, recorre ao que? Limão, casca de cebola, tomilho, alho? Ou a um Vick Pirena®, um Benegripe®, um Cebion C® ? Confesso que é um saco colocar esse ® toda hora, mas faço questão só para se ter idéia do absurdo da coisa. Mas voltando ao tema: as coisas que você ingere têm os mais diversos efeitos dentro do seu organismo, e a maioria das pessoas ignora completamente esses efeitos, benéficos ou não. Não é uma simples questão medicinal. È uma questão, digamos assim, psicológica, estética, cosmética, social, ética, e, obviamente, mercadológica. Vocês hão de me desculpar se sou um cozinheiro com tendências a teorias conspiratórias, mas vamos lá.

Vivemos em uma sociedade completamente intoxicada, e não é das “drogas” ilícitas que estou falando. Digo “drogas” porque esse também é um conceito criado para separar substâncias de acordo com seus usos na sociedade. Você sabia que existem diversas drogas legalizadas ao alcance de todos, drogas tão “pesadas” quanto as mais famosas? Para citar dois exemplos fáceis de se encontrar na despensa de casa – por favor, não tente isso em casa! – as folhas de maracujá fumadas e a nós moscada ralada com água (o Malcon X usava na prisão por falta de maconha) dão o maior barato. Mas por favor, realmente não tentem isso em casa. Existem até relatos de morte por overdose de nós moscada! Feita essa explicação, o terrível é que não enxergamos o fator “entorpecente” de muitas das coisas que ingerimos diariamente: cafeína e álcool são os mais básicos, mas a gordura, junto com o açúcar e demais refinados (sal, farinha de trigo) são os piores vilões. Somados as diversas substâncias químicas que os produtos embalados trazem para a conservação, aromatização, texturização e por aí vai, esses alimentos prendem o intestino, resultando no famoso sujeito “enfezado”, e provocam forte confusão mental, contribuindo com peso para as chamadas doenças da civilização, como hipertensão e depressão.

Pessoas que se alimentam de MacDonalds®, frituras congeladas e cachorro-quente do tio frequentemente são cansadas, abatidas e sedentárias. Muitas delas recorrem a doses cavalares de café( eu já fui um desses) ou outros estimulantes para ficar vivo. Não é papo de carola. Adoro café, adoro cerveja, adoro fritura. Mas saber o que as coisas provocam em nós nos da a chance de assumir o controle sobre para onde queremos direcionar nosso corpo e nossa mente. Você pode saber de tudo isso e não saber cozinhar, gastando fortunas em restaurantes naturais. Sou cozinheiro, realmente espero que as pessoas comam em restaurantes naturais, peçam comida congelada, etc. Mas ninguém precisa viver disso, e adoraria melhorar o mundo em que vivo. A verdade é que a comida saudável é extremamente barata. Se for vegan então, barata demais. Faço maravilhas em casa para a família com menos de dez reais. È claro que existem ingredientes mais caros para pratos mais especiais, mas você não imagina como é barato fazer um Ratatouille para impressionar o pessoal depois da feira!

Não quero soar muito conspiratório, mas quem seriam os grandes beneficiários da falta de informação com relação ao valor terapêutico do almoço e da janta, da importância de uma alimentação, da divulgação de conceitos errados sobre uma boa alimentação? Ganham as grandes corporações alimentícias (Sadia® , Adams®, Nestlé®, etc), as redes de fast food (precisa de exemplo?!), os grandes supermercados, os grandes pecuaristas e as grandes corporações pesqueiras, a muitas vezes bizarra indústria da “alta gastronomia” (patê de fígado de ganso com pó de ouro? Faça-me o favor!), para começar. Depois, ganham (e muito) a indústria da saúde com seus convênios privados e seus médicos entregues aos laboratórios, a indústria farmacêutica, a indústria de cosméticos e os negócios relacionados à estética no geral (cirurgias plásticas, academias, barras de cereal). Os próprios donos e gestores dessas esferas de poder estão intoxicados.

Você não acha que a maioria dos remédios e cosméticos utilizados hoje em dia não podia ser ministrado em forma de chás, comprimidos fitoterápicos, pastas, ungüentos e receitas caseiras? Uma alimentação saudável, com muita água e diversidade de nutrientes, pode trazer uma mente mais calma, uma pele mais bonita e resistente, um sistema imunológico melhor, e, triste recorrer a esse argumento, pode deixar as pessoas mais gostosas. Pense nisso. Continua.

Ratatouille

(4 a 6 porções)

Você vai precisar de

1 cebola

6 tomates bem maduros
1 pimentão verde
2 pimentões vermelhos
3 abobrinhas italianas
2 berinjelas
6 dentes de alho
50 ml de azeito de oliva extra virgem

4 folhas de louro
½ maço de manjericão fresco
Sal e pimenta-do-reino branca moída na hora a gosto

PREPARO

Essa vem até com a frescura francesa. Corte as abobrinhas e as berinjelas em rodelas, cortando depois as rodelas de berinjela em quatro partes, e mantendo as de abobrinha inteiras. Coloque-as para descansar cobertas em sal grosso por quinze minutos, depois esfregue as fatias com força no sal. Lave bem para tirar todo o sal grosso e reserve (esse procedimento vai tirar o amargo das duas ). Corte a cebola em brunoise (ou seja, em cubos pequenos). Retire as sementes dos tomates e corte-os em cubos. Abra os pimentões ao meio e retire as sementes e aquela pelinha branca de dentro. Corte-os em cubos. Descasque e amasse os dentes de alho.

Numa frigideira ou panela de fundo grosso, refogue a cebola com 50 ml do azeite e quatro dentes de alho. Junte os pimentões e refogue mais um pouco. Adicione o louro, a berinjela e a abobrinha, e deixe cozinhar por 30 minutos, com tampa. Depois disso, adicione os tomates e deixe cozinhar por mais três a cinco minutos (não deixe o tomate desmanchar) Ajuste o sal e a pimenta, adicione o manjericão fresco picado e mexa levemente. Está pronto! Um autêntico prato da alta culinária francesa na mesa de sua casa, baratinho.

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Caio Cezar Mayer