Futebol não é coisa de homem

Futebol não é coisa de homem, mas sim coisa de ser humano. Isto quer dizer que tanto homens, quanto mulheres podem participar deste esporte popular. Mas a seleção feminina de futebol do Brasil continua tendo pouco apoio e sofrendo as consequências dos preconceitos machistas.

O futebol foi inventado em uma época em que existia alta exclusão feminina nos esportes. As mulheres não puderam participar, por exemplo, da  primeira Olimpíada da Era Moderna, em 1896. No Brasil, Maria Lenk foi a primeira mulher a participar em uma Olimpiada, mas somente em 1932. Porém, nas Olimpiadas de 2008, em Beijing, as mulheres brasileiras foram quase metade da delegação de atletas e conseguiram duas das três medalhas de ouro do pais.

Contudo, o futebol feminino no Brasil continua marginalizado, pois existe a ideologia de que futebol é coisa de homem. O apoio da CBF e da mídia ao futebol feminino é muito pobre. Na Copa do Mundo de futebol feminino, disputada na Alemanha, em 2011, ficou claro como as seleções femininas de outros países possuem maior apoio e sustentação.

Mesmo com a presença da jogadora Marta, que foi eleita a melhor jogadora do mundo por 5 vezes, o Brasil foi eliminado nas quartas de final ao perder nos pênaltis, para as norte-americanas, após o segundo tempo da prorrogação. Na chegada da seleção brasileira, a goleira Andréia, desabafou:

“Ganhou a melhor seleção e quem tem a melhor estrutura. A gente não tem e nunca vai ter o melhor. Venceu uma seleção que investe no futebol feminino, que tem jogadoras que jogam desde os 12 anos, desde o colégio, tem time, clube, salário, e a gente não tem e nunca vai ter. Não acho que se fosse campeã mundial ia mudar alguma coisa. Não ia nada.”

O Brasil era a atual vice-campeã mundial, tendo conquistado duas medalhas de prata nas duas últimas Olimpíadas, perdendo a decisão justamente para os EUA. A comissão técnica considera que o problema está na base, pois falta estrutura para o esporte no Brasil. Já nos Estados Unidos as meninas começam a jogar futebol desde muito cedo e não são discrimidadas por estar jogando um “esporte de machos”.

É significativo que os Estados Unidos e o Japão estejam fazendo a final do mundial de futebol feminino de 2011, pois são dois países fracos no futebol masculino. Não sei ainda o resultado da final. Mas, certamente, será vitorioso um dos países que não tratam o futebol como coisa de homem.

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José Eustáquio Diniz Alves