Michelle Obama: primeira negra primeira-dama

Michelle Obama pode ter um papel importante na luta pelos direitos humanos das mulheres e contra as discriminações de raça e de gênero em todo o mundo.

Michelle Robinson nasceu em Chicago, em 17 de janeiro de 1964 e cresceu em um bairro operário do sul de Chicago. Nasceu em uma família modesta, sua mãe, Marina, era dona-de-casa e seu pai, Frazer Robinson, foi funcionário da prefeitura, cujo tataravô, Jim Robinson, foi escravo no estado de Carolina do Sul.

Michelle frequentou escola pública em Chicago, conseguiu entrar na universidade de Princeton em 1981, fazendo sociologia e depois estudou direito na universidade de Harvard, voltando, em seguida, para se tornar advogada de uma administradora de Chicago. Ali conheceu Barack Obama, com quem se casou em 1992. Em 1998, nasceu a primeira filha do casal, Malia Ann e, em 2001, nasceu a segunda filha Natasha (Sasha).

Depois do casamento, ela deixou o setor privado para trabalhar na prefeitura de Chicago, depois no hospital universitário, do qual se tornou vice-presidente encarregada de assuntos externos.

Portanto, Michelle Obama é uma mulher com carreira educacional e profissional própria e não pretende ser uma primeira-dama como se fosse uma dona do lar, mesmo que este lar seja a Casa Branca. É claro que ela vai ter que se cuidar e manter uma postura equilibrada entre suas atividades pública e privada, pois com sua fala franca e o seu cáustico senso de humor já foi acusada de antipatriota.

Porém, Michelle tem cada vez maior popularidade entre os americanos e além de toda a atividade realizada durante a campanha presidencial, tem achado tempo para dar apoio às famílias de soldados americanos que integram as tropas enviadas ao Iraque e ao Afeganistão, tarefa que pretende manter quando chegar à Casa Branca. Ela também pretende tratar de maneiras e caminhos para as mulheres preservarem o equilíbrio entre os afazeres domésticos e as exigências do mercado de trabalho. Sem desconsiderar que é fundamental a responsabilidade masculina e formas mais equitativas de convivencia nas relações de gênero.

As expectativas são grandes. A mídia mais sensacionalista espera que a próxima primeira-dama americana vá reviver os bons tempos de Jackie Kennedy na Casa Branca e vire até um ícone fashion. Aliás, desde os tempos de Kennedy não havia uma família com filhos pequenos no centro do poder em Washington.

A novidade é que Michele Obama é a primeira mulher negra a chegar à Casa Branca como primeira-dama. Evidentemente poderia ter havido uma primeira-dama negra no passado se os casamentos inter-raciais fossem comuns nos Estados Unidos e algum dos presidentes brancos tivesse se casado com alguma mulher negra.

Mas o fato é que Barack Obama não é apenas o primeiro presidente negro dos EUA, ele leva para a Casa Branca (que não será mais tão “branca” assim, pois acabará o monopólio de apenas uma etnia no poder) uma família negra. Evidentemente o casal Obama estará no centro das atenções de todo o mundo, tanto pela posição ocupada, quanto pelas qualidades pessoais dos dois. Espera-se que os tempos e as práticas de George Bush sejam esquecidos rapidamente.

Para as mulheres que são metade da população mundial, Michelle Obama terá muito a dizer e a inspirar. Por seu passado de trabalho comunitário e por conta de suas idéias progressistas, sem dúvida, ela poderá fortalecer a luta pelos direitos humanos das mulheres e contra as discriminações de raça e de gênero não só nos Estados Unidos, mas no continente Americano e em todo o mundo.

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José Eustáquio Diniz Alves