China, Índia e EUA: o G-3 e os desafios ambientais


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Os três países mais populosos do mundo são China, com 1,35 bilhão de habitantes, Índia, com 1,22 bilhão de habitantes e Estados Unidos da América (EUA), com 310 milhões de habitantes. Em termos econômicos, quando medido pelas taxas de câmbio correntes, os EUA estão em primeiro lugar com um PIB de cerca de US$ 14 trilhões, a China fica em segundo com algo em torno de 5 trilhões de dólares e a Índia fica em 11º lugar, com um PIB de US$ 1,3 trilhões.

Porém, quando se mede a produção nacional pelo poder de paridade de compra (ppp), o PIB da China sobe para quase $ 9 trilhões, o PIB da Índia fica em 3,8 trilhões e o dos EUA fica do mesmo tamanho (pois é a referência sobre o qual se corrige o valor do PIB dos outros países em ppp).

Para 2050, espera-se uma população de 1,61 bilhão de habitantes na Índia (que se tornará o país mais populoso a partir do final da década de 2020), 1,42 bilhão na China e 400 milhões de habitantes nos EUA. Segundo relatório da PricewaterhouseCoopers, o PIB em ppp ficaria assim em 2050: China em primeiro lugar com US$ 60 trilhões, Índia em segundo com 43 trilhões e EUA em terceiro com US$ 38 trilhões.

Portanto, estes três países (ou G-3) vão dominar o cenário populacional e econômico na primeira metade do século XXI (e provavelmente na segunda também se não houver nenhuma grande novidade ou nenhum grande desastre).
O alto crescimento econômico da China e da Índia pode ser bom para a redução da pobreza e a melhoria da qualidade de vida da população se houver políticas de inclusão social e de redução das desigualdades, especialmente as desigualdades de gênero. Porém, o crescimento conjunto do G-3 vai colocar uma pressão enorme sobre o meio ambiente.

Em 2010 o PIB mundial (em ppp) estava em torno de US$ 70 trilhões. Se a economia internacional crescer a 3,5% ao ano nos próximos 40 anos, isto significa que o PIB vai quadruplicar e chegar a US$ 280 trilhões, em 2050. Somente o G-3 vai ter um PIB conjunto de US$ 141 trilhões, em 2050, ou seja, cinco vezes maior do que o PIB do G-3, em 2010, e duas vezes maior do que o PIB mundial atualmente.

O meio ambiente conseguirá suportar a sobrecarga deste “sucesso” econômico?

De acordo com a metodologia da Pegada Ecológica, o mundo já havia ultrapassado em 30% a capacidade de regeneração do Planeta no ano 2007. O mundo tem 13,4 bilhões de hectares globais (gha) de terra e água produtivas. Os EUA com uma Pegada de 8 gha per capita, a China com uma Pegada de 2,2 gha per capita e a Índia com uma Pegada de 0,9 gha per capita já ocupavam cerca de 40% da área produtiva para o sustento humano na Terra.

Se a Pegada Ecológica do G-3 crescer na mesma proporção da economia, os três países vão precisar de 2 Planetas para sustentar apenas os seus habitantes. Mesmo que a Pegada Ecológica subir na metade do crescimento da economia estes 3 países precisariam de um Planeta inteiro só para eles.

Em síntese, o principal desafio para a humanidade no século XXI é a preservação do meio ambiente. Este é um desafio global, pois não basta um país pequeno e isolado fazer a sua parte e viver uma vida em harmonia com a natureza. Se o G-3 continuar com a sede e a fome de recursos naturais – assim como com os padrões de produção e consumo atuais – estaremos caminhando para o suicídio e o ecocídio.

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José Eustáquio Diniz Alves