Paradoxos e polaridades atuais


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 Diálogos entre paradigmas são muitas vezes frutos de embates ferrenhos entre campos opostos de crenças ou de diálogos entre questões aparentemente irreconciliáveis, ou como aprendi a chamar, polaridades. Esta polaridade sobre a qual me debato com frequencia, a da cooperação versus competição, ganhou contornos interessantes a meu ver nos tempos atuais.

Pensar sobre estes temas não tem nada mais a ver com questões como socialismo versus liberalismo como já teve no passado. Aliás, está difícil reconhecer determinados campos de ideias como os chamei. O socialismo já foi no passado a marcha para o futuro. O hino socialista era Die Internazionale e eram os socialistas o grupo ideológico que mais pensava globalmente. Hoje em dia os movimentos sociais chamados de esquerda são muito mais conservadores e são o grupo que mais deseja manter as coisas como eram no passado, culturas, cidades, florestas e mares. Os neoliberais extremistas, o que poderia ser chamado de nova direita, são os que mais falam em inovação e criatividade e que têm os vínculos mais tênues com o conservadorismo. Por outro lado são estes últimos que mais falam que fazendo mais do mesmo que foi feito nos últimos anos, em especial aumentando as liberdades individuais, que vamos encontrar soluções. Já a nova esquerda propõe soluções que invocam inovação sim, mas na maneira de constituir a tomada de decisão política e de pensar o bem comum. Este colocar do bem estar comum acima do bem individual ou vice-versa é que me parece a grande discussão atual. Vamos nos sentir melhor individualmente se estivermos um pouco melhor como grupo ou vamos nos sentir melhor como grupo se estivermos melhor individualmente?

Alguns apontam o fracasso da sociedade soviética como prova de que a engenharia social que promova igualdade e bem estar grupal fracassou. Outros entenderão que, olhando para o todo, também fracassou a promoção da liberdade individual sem limites. Aumentou a miséria no mundo como um todo, aumentou a sujeira, o número de rios mortos, parece cada vez menos provável que haja no futuro água e comida para todos. Mesmo aqueles que tentam refutar as hipóteses do aquecimento global ou dos efeitos negativos do buraco de ozônio não podem ignorar que não há mais peixes em muitos rios e que muitas praias são cloacas salgadas. Bom, sempre se pode pensar assim: Afinal, para que um rio limpo ou uma praia deliciosa para um banho se posso ficar preso no meu carro 1.0 em um lindo engarrafamento na Marginal ou na Av. Brasil, ou uma linda linha com nome de cores, amarelas, verdes e vermelhas. Meu ponto é que tipo de solidariedade é necessária se eu quiser no futuro mais do que um automóvel sem rodas, um celular de 8ª geração ou um video game holográfico? Que família eu quero que seja fruto de decisões livres e não fruto de fundamentalismos bíblicos?

Estamos em tempo de re-união de polaridades. Nem um socialismo engenherado de cima, nem um liberalismo hipócrita, que debaixo da égide da pretensa liberdade esconde cooperativas de assaltantes do dinheiro público ou bandos de ladrões engravatados monopolistas e cartelizadores. Quais são as forças que vão reinvindicar as heranças dos ideais mais belos da humanidade? Após ocuparmos, resistirmos e solaparmos o sistema atual e ele ruir, pois este é o destino das criações humanas, o que virá? Continuo sei lá quando estas ideias permanentemente inconclusas, espero que breve. 

 

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Marcos Bidart de Novaes