O subpensamento vivo de Marconi Leal (9)

Militância política é a arte de vestir a camisa do partido e seguir destemidamente para a luta, deixando o cérebro em casa. * O segredo para o casamento dar certo, em pleno século XXI, é a contratação de uma boa diarista. * A questão fundamental não é, propriamente, saber se existe vida após a morte, mas sim se, nela, […]

Decamps Lesingepeintre

Militância política é a arte de vestir a camisa do partido e seguir destemidamente para a luta, deixando o cérebro em casa.

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O segredo para o casamento dar certo, em pleno século XXI, é a contratação de uma boa diarista.

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A questão fundamental não é, propriamente, saber se existe vida após a morte, mas sim se, nela, o sujeito mantém o senso crítico.

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Se é verdade que quando a gente tem um desejo o Universo conspira a nosso favor, devo dizer que ele é extremamente incompetente.

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Certa vez, tentei me livrar da artificialidade da vida em sociedade e, como Thoreau, me retirar para a solidão da floresta para meditar sobre a venalidade da civilização e a ascensão, em nosso tempo, do material sobre o espiritual.

Não deu certo. Esqueci o repelente.

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Acho, como muitos, que só o amor é capaz de mudar o mundo. Mas a R$ 200 a trepada, fica difícil.

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Eu tento me comunicar com Ele, sim. Porém, que posso fazer se Deus está sempre off-line?

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Há alguns anos vi uma epifania. O céu se coloriu de púrpura, o sol se expandiu e, de entre as nuvens, o anjo do Senhor surgiu, dourado, esplêndido, em toda a sua glória. Descendendo sobre mim, que me ajoelhava – extático, vertendo lágrimas de puro arrebatamento espiritual -, exortou-me, em sua voz tonitruante: “Com essa idade e ainda acreditando em anjo, rapaz?”

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É com já dizia Dostoievski: se Deus não existe, a axé music está justificada.

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Marconi Leal