Mundo 2.0 By Paulo Ricardo Colacino e Lício / Share 0 Tweet Nos textos anteriores desenvolvi a linha de pensamento que acredito pessoalmente, e que através dos pontos aqui levantados, espero que outras pessoas reflitam e concluam que a eco-responsabilidade é algo que nasce em cada indivíduo. Alguns às vezes argumentam que o Estado tem seu papel. Concordo. Até certo ponto o Estado é um grande incentivador das condutas humanas através da educação que forma valores e das leis que dão os parâmetros para a conduta social harmoniosa. Fora isso o Estado deve fiscalizar para que essas regras sejam cumpridas e punir aqueles que as desrespeitam, tentando manter a “ordem” e evitar o “caos social”. Porém a atividade do Estado por si só, não surtiria efeito sem a mudança dos cidadãos e da postura individual que se reflete no coletivo social. Sem a mudança do cidadão, o Estado legisla, mas as regras não são cumpridas e seu efeito acaba sendo nulo.Então surgem os brados “as instituições do Estado devem fiscalizar e punir”. O custo da fiscalização e punição em um país aonde a grande maioria desrespeita as leis, se torna com o tempo punitivo (qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência). Então a proposta é refletirmos e logo em seguida agirmos, buscando em nós mesmos as mudanças que esperamos para o planeta. Como disse anteriormente (ver "Neo Dinossauros"), o planeta Terra não corre perigo, nós é que corremos se não invertermos a lógica vigente. O que fazer? São várias as ações e mudanças possíveis que começam à partir de nós mesmos. Para não soar hipócrita eu não poderia falar aqui de mudanças que eu mesmo não promovi em minha vida. Seria fácil e cínico demais. Vou então falar de algumas mudanças de postura que passei a ter referente a temas que afetam e muito a sustentabilidade da vida no planeta. Acredito que elas podem inspirá-los a fazer suas próprias mudanças. Consumo de Energia Biocombustíveis, economia de luz, água e outras coisas são os temais recursivos na mídia atualmente. Mas o que de prático podemos fazer? Listo abaixo algumas coisas que fiz e você pode pensar na viabilidade em sua casa: Lâmpadas de menor consumo: as lâmpadas alógenas sabidamente gastam mais energia que as fluorescentes. Hoje também está surgindo a tecnologia das lâmpadas de LED que consomem cerca de 80% a menos, porém ainda custam o dobro das fluorescentes. Faça você mesmo: cada lâmpada que queimar em sua casa, substitua por uma fluorescente. A Philips possui lâmpadas tanto de cor branca como amarelada, igual a incandescente. Em minha casa: substiutí nos últimos meses duas lâmpadas por fluorescentes de baixo consumo. Pretendo ir substituindo as demais com o tempo. Também comprei uma lâmpada de LED multicolorida para deixar no quarto como luz para deslocamento. Ela consome apenas 1 watt por hora. Transportes coletivos: deixar de utilizar o carro não é uma tarefa fácil, principalmente nas grandes capitais. O fácil, porém, nem sempre significa impossível. Linhas de ônibus e metrô, assim como transportes alternativos podem ser uma boa saída. Faça você mesmo: tente utilizar seu carro cada vez menos. Comece com um dia por semana e aumente com o passar do tempo. Descubra novas formas de se deslocar para o trabalho. Até uma carona com um amigo pode ser algo racional. Combinem, rachem a gasolina e as despesas durante o mês, evitando a utilização dos dois carros ao invés de um só. Em minha casa: deixei de usar carro gradualmente, até que me senti seguro para me deslocar para o trabalho de metrô mais caminhadas de quinze minutos até meu trabalho e de casa até a estação. Depois que parei de utilizar o carro resolvi vendê-lo para não ter que ficar pagando seguros e impostos, custo que no meu caso era alto, além de ter que deixá-lo na rua por não ter garagem em meu prédio. Aos poucos aprendi novas formas de me deslocar e agora tenho utilizado ônibus também. Quando necessário utilizo táxi, que no caso do Rio de Janeiro é bem viável. Redução do impacto ambiental Através de ações simples podemos reduzir o impacto de nossos costumes e comportamentos sobre o ambiente. Veja algumas formas de reduzir o seu. Sacolas ecológicas ao invés de sacolas de plástico: as sacolas de plástico se transformaram em um pesadelo ambiental. Cada pessoa em média utiliza 800 sacolas por ano. Somente a rede Wal Mart distribui 1,2 bilhão de sacolas aos seus clientes. O problema das sacolas é que elas não são biodegradáveis. Ficam no ambiente por dezenas de anos e se espalham por rios, florestas e oceano. Faça você mesmo: Recuse sempre que possível a sacola plástica. Exemplos de lugares aonde nos oferecem sacola: bancas de jornais, padarias, açougues, supermercados, lojas em geral. Sempre que for possível carregar o produto sem a sacola prefira recusar a sacola. Outra forma é substituir a sacola por outra que seja ecológica feita de pano ou materiais reciclados como garrafas PET descartadas. Procure em sua cidade ou na Internet existe boas soluções de sacolas ecológicas, as chamadas "ecobags" ou "ecosacolas". Em minha casa: comprei duas sacolas (uma de pano e outra de PET reciclado). Tenho levado ela ao mercado para trazer as compras. Evito sempre que possível as sacolas plásticas que me são ofertadas por comerciantes. Educação e Reeducação Alimentar: os alimentos e produtos alimentícios que consumimos têm relação direta com a forma como “cuidamos” de nosso planeta, pois estamos, através do nosso consumo, concordando com os métodos de plantio, cultivo e industrialização utilizados, bem como estamos ingerindo substâncias que podem ao mesmo tempo nos alimentar e gerar problemas para nossa saúde. Nos educarmos sobre a alimentação é uma tarefa necessária. É dessa educação que teremos mais informações sobre cada alimento e seu trajeto até nossa mesa e poderemos tomar melhores decisões quanto ao que comemos. Outro ponto importante é a reeducação alimentar. 73% dos adultos no Brasil são obesos ou tem sobrepeso. Isso significa que com o passar do tempo nosso corpo está acumulando gorduras, fruto de uma alimentação desbalanceada e acima de nossas necessidades. Faça você mesmo: utilize parte de seu tempo para estudar sobre os alimentos que consome. Reveja seu cardápio diário e seus hábitos alimentares. Pense nos alimentos que está consumindo em demasia e naqueles necessários que tem deixado de fora em sua dieta diária. Estude sobre a os métodos de cultivo e transformação dos alimentos até chegarem sua casa. Busque informações sobre novos hábitos de alimentação (vegetarianismo pro exemplo) e novas formas de cultivo de alimentos sem o uso de agrotóxico (agricultura natural, orgânica, biodinâmica) que podem afetar sua saúde e bem-estar. Em minha casa: resolvi aprender sobre minha alimentação anotando tudo o que como diariamente. Fiz uma dieta e reeducação alimentar com o objetivo de reduzir meu sobrepeso (cerca de dez quilos) e passei a estudar sobre os alimentos, seu cultivo e as implicações em nossa saúde. Estou reduzindo o consumo de proteínas animais (carne vermelha e de frango) aos poucos. Acredito que isso seja possível e precisamos agir para diminuir nossa necessidade desse tipo de alimentação, já que ela é bastante nociva ao ambiente (falarei sobre isso em breve). Tenho estudado sobre agricultura orgânica e hidropônica, com o objetivo de futuramente ter uma horta em casa. Por hora estamos plantando algumas ervas e temperos para usar em nossas refeições. Circulo virtuoso As tarefas acima podem não ser tão simples para todos. Não foi simples para mim também, reduzir minha dieta diária bastante acima de minhas necessidades e deixar de usar o carro. Com o tempo a dificuldade diminui e isso se torna um hábito que traz benefícios e retro alimenta minha motivação e disposição para os novos hábitos. Quando pensamos que atitudes isoladas como essas não surtem efeito, acho que na realidade não temos a dimensão do quanto podemos mudar a realidade que nos cerca. Em meu trabalho, por exemplo, algumas pessoas que não preocupavam com sua alimentação mudaram seu hábito também. Passaram a fazer dietas e exercícios, bem como se preocupar com o que estavam comendo. Um amigo chegou a me dizer “(…) acho que nunca mais vou a rodízios de pizza, aquilo é uma porcaria.” Um frase simples que reflete a busca por mais qualidade em sua alimentação. Pequenas mudanças, consistentes no tempo, influenciam e muito as pessoas que nos cercam. E se essas mudanças trazem efeitos positivos sobre nosso planeta por que não influenciarmos o maior número de pessoas? Basta começarmos nossas próprias mudanças! Vamos lá, faça você a lista de coisas que pretende mudar nos próximos meses e comece hoje mesmo!