Mundo 2.0 By Paulo Ricardo Colacino e Lício / Share 0 Tweet No artigo passado fiz uma colocação que seguirei repetindo, pois acredito ser ela uma verdade incontestável. Em outras palavras a Terra continuará a existir sem nós. Todas ações ecológicas que tomarmos tem como foco a nossa sobrevivência. Nós temos que salvar a nós mesmos, pois o planeta seguirá por bilhões de anos mesmo sem nós. A eco-responsabilidade é o termo que utilizarei para representar a postura humana, diante da consciência de seu papel frente aos desafios que estamos enfrentando. Ser eco-responsável é preocupar-se com as mudanças climáticas. Ser eco-responsável é preocupar-se com a extinção de animais. Ser eco-responsável é preocupar-se com toda a cadeia de relações entre nós e o meio ambiente. Ser eco-responsável é saber que cabe a nós ações concretas para garantirmos a sobrevivência humana na Terra. Ser eco responsável é ter a consciência primeira que estamos salvando não o planeta e sim a nós mesmos. E como podemos demonstrar nossa eco-responsabilidade? Basicamente temos três lugares onde passamos grande parte de nosso tempo: nossa casa ou família, nosso trabalho e os demais meios sociais os quais integramos. É nesses lugares em que podemos através de nossa postura e da articulação social e política, conduzir as ações necessárias para a eco-sustentabilidade da vida. Locais de atuação Antes de sabermos o que fazer, que é a preocupação da maioria, temos que ter a consciência desses dois pontos: QUEM IRÁ FAZER (nós !) e ONDE IRÁ FAZER. Nossa casa, nosso lar, a princípio seria o primeiro lugar. Antes de pensar que devemos mudar tudo da noite para o dia e influenciar nossos familiares, devemos mudar nossos próprios atos. Pense nas questões ecológicas relacionadas ao seu comportamento. Alguns exemplos: Como eu me desloco de minha casa para a escola, trabalho e lazer? Seria possível racionalizar esses deslocamentos diminuindo minha contribuição para a redução da emissão de gases e utilização de recursos energéticos não renováveis (petróleo, gás) ? Como eu me alimento? Que tipos de alimento consumo? Eu compro mais alimentos do que eu necessito? Costumo jogar alimentos estragados por que esqueci de comê-los? Meus hábitos alimentares estão ligados à modos de produção nocivos ao meio ambiente? Eu procuro equilibrar minhas alimentações, evitando alimentos não produzidos próximo de onde resido, evitando assim incentivar a compra de alimentos de localidades distantes (transporte e emissões de CO2)? Como é meu hábito de consumo? Pense sobre as coisas que o rodeiam. O quanto elas realmente são necessárias? Veja se não há algo que pode dar, doar, trocar ou mesmo vender para alguém que esteja interessado. Isso faria com que algo que não tem mais utilidade para você fosse útil para outra pessoa, eliminando a necessidade dessa consumir novos produtos, que seriam fabricados e consumiriam recursos energéticos e seriam responsáveis por novas emissões. No trabalho também podemos influenciar pessoas com nossa própria postura bem como articular para que ações eco-responsáveis sejam difundidas entre equipes e empresas. Esteja você em qualquer escalão da hierarquia corporativa sempre é possível fazer algo. Uma idéia como “vamos criar lixeiras para separarmos o lixo reciclável do orgânico?” pode ser aproveitada e fazer com que outros participem. Na sociedade, seja nos clubes, nos grupos de amigos, nas Igrejas, entre outros, podemos também atuar de forma a incentivar políticas e ações eco-responsáveis. Seja uma ação conjunta, seja um evento ou uma palestra de sensibilização, é possível utilizar a força de grupos, que agindo juntos, acabam por inspirar outros grupos e pessoas. Se a união faz a força, nas questões de responsabilidade ecológica, não é diferente. Agir sozinho em sua casa ou no trabalho, ou em grupo nos meios sociais em que participa, sempre será uma atividade na qual o objetivo final é tornar nosso mundo habitável, garantindo nossa permanência (sobrevivência) e das gerações futuras. Creio ser importante passar esses conceitos em qualquer tarefa que vir a desenvolver. Estamos salvando a nós mesmos, tentando superar os desafios de sustentabilidade impostos por nosso planeta. Muitos desses desafios foram criados por nós mesmos, daí a necessidade de nos eco-responsabilizarmos. As mudanças estão ao nosso alcance. Existem desafios dos mais diversos. Vamos nos concentrar naqueles que estão ao nosso alcance. Não adianta tentarmos mudar o mundo, sem mudarmos pequenas coisas, começando por nós mesmos, nossa casa, nosso trabalho e depois os grupos sociais dos quais participamos. Como a Madre Tereza de Calcutá disse certa vez “faça poucas coisas, mas faça-as com amor.” Nos próximos artigos desenvolverei melhor sobre o que fazer em nossas casas.