Quando Paris Alucina By Carlos Venturelli / Share 0 Tweet Na Espanha há uma Ilha diferente de todas, inclusive da própria Espanha. Um lugar onde quase tudo está permitido. Para alguns é o paraíso, para outros a perdição. A pequena ilha de Ibiza, conhecida como "Isla Blanca", é como um pequeno país onde ninguém é de ninguém. Ibiza é o lugar preferido de todos os que querem uma vida sem tabus, onde a fauna humana mais diversa y peculiar pode dar vazão às suas fantasias mais ocultas. Em Ibiza podemos encontrar a milhonarios, princesas, gays, lésbicas, camponeses, políticos, jogadores de futebol famosos, pilotos de fórmula 1 e inclusive gente normal, que buscam a liberdade de poder ser como são sem medo ás críticas. Mas isso sim, a maioria não quer passar desapercebido. As ruas do porto, são em primeiro lugar uma beleza mediterrânea, com suas casas brancas, seus bares típicos, boutiques e camelôs vendendo de tudo para os turistas. Estes são a maioria da população durante o verão, época ideal para visitar a ilha e soltar a franga. Mas é de noite quando o pessoal se transforma e baixa o santo, deixando aflorar as tendências mais ocultas de cada um. Uma das discotecas mais famosas da ilha, a "Privilege", antiga "KU" (nome muito sugestivo, ein? vejam as fotos aqui), pode-se encontrar de tudo. Mulheres com mulheres, homens com homens, bichos raros, roupas extravagantes e gente sem roupa, são coisas normais. Uma vez eu estava lá com o meu grupo, quando num dos intervalos do nosso show, vi uma mulher loira, belíssima, vestida com uma roupa de couro negra composta por jaqueta, um chapéu desses parecidos aos da polícia americana, colar prateado com tachinhas, bikini (só a parte de baixo) e botas, levando na mão um chicote e uma correia de cachorro. Uma correia de cachorro? Sim, ela passeava o seu animalzinho amarrado pelo pescoço por toda a discoteca. O "bichinho" era um senhor de uns cinqüenta anos vestido com uma tanguinha de couro negro que andava de quatro ás ordens da sua espetacular dona. Nada do outro mundo. Ainda com a boca aberta, não pela cena em si, mas pela beleza da dona do cachorrinho, vi outro animal que me chamou a atenção. Uma vaquinha. Uma vaquinha de cor negra, com aproximadamente um metro e noventa, calçada com umas botas malhadas (de vaca, claro), com um salto de pelo menos 45cm, a cabeça raspada com dois chifrinhos, uma tanguinha malhada (de vaquinha), que mal podia ocultar um enorme recheio, e um badalo enorme pendurado no pescoço, uma gracinha, dançando alegremente entre outros animais da fauna ibicenca. Outra vez, fomos contratados para tocar na festa gay. O nosso grupo levava um costureiro, que costurava… costurava,,,, que era o responsável das roupas que vestiam nossas exuberantes mulatas. Nada mais chegar à discoteca o nosso costureiro desapareceu. Não nos preocupamos muito até que se aproximava a hora do show e precisamos dele para arrumar as garotas. Quando já pensávamos que se havia perdido, apareceu todo descabelado e com cara de que foi comida e gostou. Perguntado pelo seu paradeiro, contou que ao ir ao banheiro conheceu um jovem alemão, e, os dois, no banheiro da discoteca, deram linha solta aos seus instintos sexuais. Legal. Nós, os homens do grupo, estávamos encolhidos, sentados, só olhando como aqueles caras enormes e cheios de músculos se beijavam, abraçavam e dançavam. Ë um pequeno exemplo do que pode acontecer em Ibiza. Naquela época, não sei se ainda está lá, tinha uma cama enorme num dos terraços da discoteca. Uma cama de uns oito metros quadrados, que estava sempre cheia de gente. Lindas garotas juntinhas, garotos, turistas, curiosos, todos deixavam cair seus cansados corpos naquela confortável cama. Ninguém se assusta com nada do que vê, ou pelo menos finge. De repente, um murmuro chama a atenção de todos. Ao olhar para o cenário central, vimos como um casal mostrava todos os seus conhecimentos amorosos, realizando as mais incríveis posturas Kamasutricas, diante de um publico que aplaudia efusivamente. Outros casais esperavam a sua vez para tentar conseguir o prêmio oferecido ao melhor desempenho. Não eram profissionais, eram turistas voluntários. Não importava o prêmio, o importante era participar. Em fim, Ibiza é o lugar ideal pra os que querem sair do armário, jogar água pra fora da banheira, sentar na boneca, engolir espada e essas coisas. Me faz lembrar a letra de uma marchinha de carnaval de um amigo meu que diz: Ninguém é de ninguém Vamo aproveitar meu bem Se ninguém é de ninguém Então vamos além Vamos se animar Pois ninguém é de ninguém. Vamos fazer a rodinha Pra ver quem fica com alguém Eu fico com a sua amiguinha Você com a minha pois ninguém é de ninguém.