Pequenos passos para se chegar a Dublin: Moradia

Dublin é um destino usual para quem quer aprender inglês, trabalhar e passear pelo território europeu. Mas, em meio aos preparativos para a mudança muitos detalhes devem ser considerados e conhecidos, se algo der errado pode ser o caos. Pois, geralmente as agências não são completamente especialistas, já que não conhecem direito a dinâmica desse espaço. Por isso, resolvi escrever um pequeno manual com o que considero importante e que me surpreendeu quando coloquei os pés aqui. Então, sobre escolhas e chegada em Dublin.

Eu moro em uma casa bem iluminada, sem carpetes e limpa, mas um pouco longe do centro da cidade. Divido o apartamento com dois húngaros, uma japonesa e um coreano. Os asiáticos são bastante simpáticos e nunca demonstram se tiveram um mau dia ou não, estão sempre até estranhamento bem humorados. Em minha casa eles não gostam muito de limpar, mas gostam de cozinhar. Então, de vez em quando posso comer comida oriental. Os meus colegas de casa húngaros o tempo inteiro pensam em dinheiro, eles estão aqui para trabalhar e economizar, não são nem um pouco divertidos e não gostam de dividir. E isso é muito diferente de nós brasileiros.

Eles assinaram uma TV a cabo com mais de 600 canais, em que 500 são falados em húngaro – mesmo os canais de filmes são dublados. Então, passam a maior parte do tempo em casa em frente à televisão. Mas, com a tantos canais logo tenho sinal da Rede Record portuguesa e, por isso, não reclamo tanto, pois me garante ver as notícias sobre a rotina de trabalho do tráfico, corrupção e novelas estranhas sobre mutantes nas ruas do Brasil.

Antes de me mudar para cá disseram que arrumar trabalho era fácil e moradia difícil. É exatamente o contrário. Encontrar lugar para morar não tem muitas complicações, apesar de que o complicado é escolher o melhor lugar. Há a possibilidade de escolher dividir uma casa ou apartamento com estrangeiros. Então, no site Daft pode-se encontrar variadas formas ,como alugar um lugar/canto, encontrar quartos de solteiro ou quartos para dividir através de um eficiente sistema de busca. A boa razão de se morar com pessoas de outros países é a possibilidade de se falar inglês, também fazer amizades pelo mundo, provar comidas diferentes.

Mas, às vezes, a diferença cultural também pode ser um problema. Muitas vezes, os cidadãos europeus, que possuem passe livre para trabalhar aqui, não se preocupam com a qualidade de vida, se preocupam em ganhar dinheiro. Posso dizer que eles saem para trabalhar e quando chegam passam o tempo inteiro meio que catatônicos, sem se preocupar com a ordem da casa, ou seja, a limpeza. O chão das casas, geralmente por causa do frio, são forrados com carpetes e isso pode anunciar facilmente uma alergia, enfim é nojento.

Além disso, há a opção de se morar em “homestay”, que são famílias irlandesas que alugam quartos em suas casas. No pacote oferecido elas irão limpar suas roupas e lhe oferecer café da manhã e janta todos os dias. O preço é bem mais caro e não vale muito, porque em algumas casas eles não lhe permitem nem sequer pegar água sem autorização. Antes de vir para a Irlanda as agências recomendam optar por esse sistema, pelo menos por um mês para servir como conhecimento de campo antes de encontrar um lugar com mais seu.

Porém, há quem não se importe em ficar nos “hostels “, onde dividem um espaço com cerca de dezesseis pessoas ou menos, depende do quanto você pode pagar. É um ambiente bastante insólito, de tudo é mais um pouco acontece ali – talvez motivo para outro texto. Mas, é o melhor preço para uma temporada, apesar de nos fins de semana há um aumento de 50% no valor da diária.

Enfim, se no fim de tudo a preferência seja mesmo dividir um espaço com um compatriota e não arriscar a morar em uma caixinha de surpresas cultural. No Orkut há comunidades de brasileiros que moram na Irlanda e sempre podemos encontrar anúncios de vagas e de certo a comunicação, mesmo que sendo virtual, terá especificações melhores do que quando você conversa com alguém que também não sabe muito bem o inglês, embora seja possível dividir algum lugar com irlandeses também, já que eles saem da casa dos pais em preferência de seu próprio canto.