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A hipocrisia casuística do discurso da mudança

A hipocrisia casuística do discurso da mudança

Os brasileiros querem mudanças, por isso elegeram Bolsonaro. Esse discurso, tão badalado por quem o apoia, não passa de hipocrisia casuística.

Sem dúvida alguma ele venceu. Democraticamente venceu. Pelas regras do jogo, venceu. Merece nossos parabéns e democrático respeito.

Mas vencer não significa, necessariamente, representar a vontade da maioria. A vontade real, não apenas a vontade da regra.

E a vontade real está expressa no fato de que 89.507.308 brasileiros NÃO VOTARAM no candidato eleito.

Para 47.040.906 brasileiros, que expressamente votaram em Haddad, a não concordância com o discurso da mudança é um fato. Para os demais 42.466.402, que não se manifestaram, seja por ausência seja por anulação do voto seja simplesmente votando em branco, no mínimo não se pode, honestamente, imputar-lhes um desejo que não os moveu ao voto. A mudança não os comoveu e menos ainda os moveu. Fato!

Que governem o Brasil para os mais de 210 milhões que somos, mas não usem da hipocrisia de pensar que os brasileiros querem mudança. Não ao menos essa mudança.

1 Comment
    Rafael Reinehr

    Estou entre alguns daquele 42 milhões que acreditam que a mudança deverá sobrevir fora do circo pseudodemocrático pseudorepresentativo, de baixo para cima, através de exemplos inspiradores e que contagiem e mudem a cultura das pessoas gradativamente.

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