A história do vegetarianismo, ou , pode-se até dizer, do veganismo, por mais incrível que pareça para a maioria da audiência, começou milênios atrás. Digo isso porque ainda é muito comum o indivíduo que nunca viu um vegetariano na vida (eu mesmo fui um deles até os quinze anos, mais ou menos) e muitos outros tem a tendência de taxar aqueles que aderem a uma dieta vegetariana (restrita ou não) de modista. Isso torna pertinente a pergunta: será que Platão, Pitágoras, Voltaire ou São Francisco de Assis…
A história do vegetarianismo, ou , pode-se até dizer, do veganismo, por mais incrível que pareça para a maioria da audiência, começou milênios atrás. Digo isso porque ainda é muito comum o indivíduo que nunca viu um vegetariano na vida (eu mesmo fui um deles até os quinze anos, mais ou menos) e muitos outros tem a tendência de taxar aqueles que aderem a uma dieta vegetariana (restrita ou não) de modista. Isso torna pertinente a pergunta: será que Platão, Pitágoras, Voltaire ou São Francisco de Assis eram homens tão a frente de seu tempo a ponto de captarem tendências da moda que só se manifestariam séculos depois? Ou será que nós, indivíduos pós-modernos capitalistas selvagens etnocêntricos malucos, não estamos a confundir moda com tendência? Não, não a tendência outono inverno, tendência no sentido mais literal, de inclinação natural da ordem das coisas. Ou quem sabe até com conseqüência. Humm, ai embaçou. Mas eu explico. O vegetarianismo existe há muito, muito tempo, como eu vou te contar daqui a pouco, sempre independente das tendências da moda, mas as vezes ficando mais ou menos em voga, o que é natural, como agora, que esta mais
Vamos lá! Forçando um pouquinho a barra, mas pra você ver como a coisa rolou, posso te falar que o nosso parente mais distante de todos, o Australopithecus Anamensis, só se alimentava de frutas, folhas e sementes, isso cerca de uns 5 milhões de anos atrás. E assim prossegui por muito tempo, e não foi o Australopithecus Boesei (há mais ou menos 2 milhões de anos atrás) que mudou o rumo da coisa. O homem só foi desencanar dessa história de só comer frutinha há cerca de 120 mil anos atrás, com o
Homo Neanderthalensis. Foi esse aí que inventou tantas coisas que o homem tanto gosta até hoje, como o trabalho, as armas e o churrasco. Sabe como é que é, um dia o cara percebeu que dava pra alcançar a fruta mais alta da arvore com um pedaço de pau. Depois percebeu que, dando com esse mesmo pedaço de pau na cabeça de outro ser vivo, ele cancelava a vida do coitado. Daí pra frente a coisa degringolou! Primeiro o homem caçava em grupo, visando animais de grande porte, como mamutes, e outros menores, como os veados. Depois os caras aprenderam a plantar, fizeram ali sua hortinha e, junto com ela, atraíram um monte de bicho esfomeado pronto pra fazer uma boquinha na horta do bicho homem. Porcos selvagens, ovelhas, cães, cobras, ratos, aves e gatos, por exemplo, começaram a se amontoar no pedaço. Foi então que foram domesticados, uns para serem mimados, outros para irem pra panela. Daí que o safado do homem virou sedentário, e, por conseqüência, acabou inventando mais algumas coisas bonitas, como as artes, a guerra, a propriedade da terra, a dominação e a escravidão. E desde que o homem se tornou onívoro, beberrão, possessivo, sedentário e pançudinho, o vegetariano, ou melhor, herbívoro, que já tava ali faz tempo, se tornou o chatinho que fica enchendo seu saco no churrascão do domingo. Mas às vezes ele também é beberrão e pançudinho.
No Egito antigo, por exemplo, alguns grupos religiosos aderiram ao vegetarianismo, acreditando que a carne dificultaria a reencarnação. O lendário primeiro profeta-rei chinês Fu-Xi, lembrado nas histórias chinesas como um governante benévolo e sábio, era vegetariano. Não precisa nem falar sobre o famoso Siddhartha Gautama, o Buda histórico, que viveu aproximadamente entre 563 e
Mas foi no século vinte que a chapa começou a esquentar mesmo. Nas grandes guerras, os europeus não comiam muita carne, porque não tinha mesmo, mas essa diminuição forçada do consumo, somada ao aumento do consumo de vegetais, também colaborou anos mais tarde para que o vegetarianismo fosse acrescentado ao rol de preceitos da contra-cultura da juventude dos anos 60. Mas daí, minha gente, tem tanta coisa, tanta coisa… De Peter Singer e sua Libertação Animal pra mais! Coisa pra outras colunas. Tanta historia boa, tanta gente legal que eu nem citei por aqui. Vide Albert Einsten! O importante é que, mais do que dar uma minuciosa aula de história, o que quero aqui é demonstrar como a idéia de não se alimentar da morte de outros seres é mais velha que andar para trás, mais antiga do que a época do arco-íris em preto e branco, bem mais velha do que o guaraná com rolha. Se a coisa agora ta crescendo, ta “virando moda”, é porque a situação ta ficando preta! “Como assim a situação ta ficando preta?” Sobre isso eu falo na semana que vem. Também fiquei de falar sobre chefs veganos famosos, mas é mais um de tantos temas que vai ter de ficar pulando aflito aqui dentro da minha cabeça mais um pouco. Por hoje, é só, fica aquela receitinha básica pra finalizar com chave de ouro. Semana que vem tem mais! Tchau.
Bocadinhos de abobrinha
Você vai precisar de:
– 2 abobrinhas italianas grandes
– 1 colher de sopa de azeite
– ½ cebola picada
– 1 tomate picado em cubos
– ½ xícara de chá de cogumelos fatiados
– 1 colher de sopa de azeitona picada
– 2 colheres de sopa de cebolinha picada
– 1 colher de sopa de linhaça moída
– Sal e azeite a gosto
Comece cortando as abobrinhas em pedaços de 3cm de espessura. Com uma colher, retire a polpa de cada pedaço, deixando aproximadamente 0,5cm de borda e no fundo, fazendo pequenos “copinhos” com a abobrinha. Reserve o miolo da . Cozinhe os copinhos no vapor ou em água, com sal, por cerca de 5 minutos. Em uma panela, aqueça o azeite e refogue a cebola. Acrescente, nessa ordem: os tomates, os cogumelos, a polpa reservada de abobrinha e misture. Deixe cozinhar até que os ingredientes fiquem macios. Adicione sal se quiser. Acrescente a azeitona. Coloque por fim a cebolinha e mexa bem. Agora, recheie as abobrinhas com o refogado e polvilhe a linhaça por cima. Regue com azeite a gosto, pode servir quente ou frio. Ideal para saborear com aquela cervejinha gelada.