Eleições dos EUA

Este colunista está com os democratas, mais precisamente com Barack Obama. Obviamente que eu não sou eleitor dos EUA e creio que nenhum leitor meu o seja. Mas não importa, por ser a maior economia do mundo e pelo peso político que tem, as eleições dos EUA interessa a todos.

E se Obama é um fenômeno, isto se deve, em parte, as mudanças na política atual dos EUA. O atual governo traiu a história norte americana. Mesmo os conservadores se viram envolvidos em uma interpretação de hegemonia econômica e política da qual não compartilham. Não é que Bush tenha conseguido aumentar a antipatia internacional em relação aos EUA, ela sempre existirá com qualquer governo. São grandes demais, incomodam. É natural. Seria o mesmo se a U.R.S.S. tivessem vencido a Guerra Fria. O que Bush fez foi governar para os amigos. As decisões do seu governo foram contra a idéia de democracia e liberdade que os norte americanos cultivaram durante anos. A política econômica foi um desastre.

Obama apresenta-se como a mudança. Hillary imaginava ganhar as primárias facilmente, afinal, o momento era perfeito: baixíssima popularidade dos conservadores, economia instável (para os padrões dos EUA), uma guerra que parecia fácil e tornou-se um problema sem fim. Mas Obama trouxe um, se não novo, fundamental discurso: coerência entre as palavras e as ações. Votou contra a guerra do Iraque e foi fiel a todas as suas ações no senado. Hillary, ao contrário, é cercada de contradições. Pior, apela para práticas conservadoras durante a sua campanha, uma maneira desesperada de conter o fenômeno Obama: usa o medo e o terror.

Falaremos mais sobre as eleições dos EUA agora que a corrida democrata parece mais próxima do fim.
P.S.: Estou curioso sobre como o brasileiro está acompanhando as eleições norte americanas. Obama, Clinton ou McCain? Em quem você votaria? Por quê?

Márcio Pimenta é economista e doutorando em Relações Internacionais pela Universidad de Santiago de Chile, escreve ainda no diplomaciabossanova.net

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Márcio Pimenta