A África Subsaariana sofre com os modelos matemáticos


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Trata-se de um estudo do PNUD, onde eles afirmam que “a estratégia de manter déficits fiscais reduzidos, adotar metas de inflação abaixo de 5% e deixar o câmbio flutuar seguindo regras de mercado prejudica o desenvolvimento daqueles países. Para o professor John Weeks e o economista Terry McKinley, autores do texto, a região desperdiça um momento favorável de aquecimento da economia mundial, que poderia impulsionar mais melhorias na vida da população”.

 

O estudo faz na verdade uma critica a adoção do modelo neoliberal. De fato, o que a África Subsaariana está fazendo é a aplicação de um modelo matemático que não necessariamente é valido para a sua realidade atual: pobreza extrema, conflitos, e o boom econômico vindo da exploração do petróleo.

Ao contrario do que se pode imaginar, o boom do petróleo também tem o seu lado negativo. O aumento da receita com esta atividade valoriza as moedas locais, dificultando a exportação de produtos não primários. As atividades econômicas são tímidas, e o resultado é que os salários estão muito baixos, o que resulta em baixo consumo e baixa arrecadação de impostos.

Como se sabe, o modelo neoliberal não permite que o governo gaste mais do que consegue ganhar. Em resumo, a África Subsaariana não cresce e o seu governo não pode usar os recursos das reservas para estimular a economia. Há, portanto, uma recessão.

Trata-se de uma das regiões mais pobres do mundo, a qual a ONU acompanha de perto para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Com o Estado amarrado a uma política de contenção de gastos em favor do equilíbrio macroeconômico, a África se afasta dos objetivos sociais. Como se vê, os economistas ainda não entenderam que é o modelo quem deve se adaptar a realidade e não o inverso.

Márcio Pimenta escreve quinzenalmente as quartas-feiras, escreve também no Diplomacia Bossa Nova.

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Márcio Pimenta