Banco do Sul: adeus FMI?


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Alguns já chamam de “O Quinto Inferno”. Pura maldade de mentes com outras ideologias tão radicais quanto a daquele que tanto criticam. Depois da ALBA, Petrocaribe, Petrosul e TeleSul o presidente venezuelano Hugo Chavéz conseguiu lançar, com mais seis países sócios (Brasil, Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai e Uruguai) e um observador (Chile), o Banco do Sul.

 

Alguns já chamam de “O Quinto Inferno”. Pura maldade de mentes com outras ideologias tão radicais quanto a daquele que tanto criticam. Depois da ALBA, Petrocaribe, Petrosul e TeleSul o presidente venezuelano Hugo Chavéz conseguiu lançar, com mais seis países sócios (Brasil, Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai e Uruguai) e um observador (Chile), o Banco do Sul.

Ao contrário do que anda se propagando por aí, a criação do Banco do Sul nada tem haver com o “fim do FMI”, embora o discurso chavista tenha contribuído para a formação desta idéia e conseqüente chuva de artigos acusando-o de lunático, para dizer o mínimo. O objetivo do Banco do Sul é claro: financiar o desenvolvimento regional da América do Sul. Conseguirá? Não. Mas isto não significa que seja uma idéia tão absurda como se pode pensar em um primeiro momento.

A primeira coisa que deve fazer para entender o banco e o seu papel, dever ser separar o discurso (de ambos os lados) pela idéia em si, já que na prática o banco ainda nem existe, apenas foi assinada a ata de fundação. Os sete países que formam o banco possuem visões diferentes sobre integração regional. Embora a idéia tenha partido de Hugo Chavez, ela não será posta em prática na forma como foi pensada. O Brasil não aceitou a proposta original de se criar um banco emergencial, nos moldes do FMI, até por que o próprio fundo vive uma certa crise de identidade e incapacidade de medir forças frente ao capital global. Se o FMI não é páreo para o capital especulativo, o que dizer de um banco feito por e para países que são apenas pequenos players no mundo das finanças? Mudou-se então para o fomento e desenvolvimento regional, algo mais realista, embora ainda assim seja insuficiente para a quantidade de problemas que vive o continente.

Chavez está apoiado nos dólares arrecadados da venda de petróleo ao EUA, aquele país que ele diz que é seu inimigo número 1, embora seja seu maior parceiro comercial. O Brasil, como líder natural, não poderia ficar de fora e ao estar presente pode reduzir as expectativas que certamente Chavez gostaria de soltar aos quatro ventos. A Argentina, maior parceiro político da Venezuela quer qualquer coisa que possa combater o neoliberalismo. Um desavisado que mencionar esta palavra em Buenos Aires pode até mesmo sofrer danos físicos. Desde a crise que arrasou a sua economia, os argentinos voltaram-se para a economia interna. Os demais são pequenos demais para terem pesos políticos e ou estratégicos. O Chile, apenas como observador, mantém a política de boa vizinhança, o que tem feito com excelência, colecionando parceiros comerciais em todas as frentes possíveis.

O banco pode contribuir com projetos de integração, desde que este propósito vá além do discurso e, principalmente, que seja realista. Repudiar esta iniciativa ou colocá-la em segundo plano, como foi feito com a ótima idéia da TeleSul, é perder a oportunidade de construir instituições que possam ajudar a criar uma relação de confiança entre os países membros, independente de quem esteja conduzindo a política destes países.

Soltando as Amarras

Sempre gostei de viajar. Mas há uma viagem que eu fiz que nunca esqueço e creio que me despertou a necessidade de “soltar as amarras”. Trata-se da Regata Aratu-Maragojipe. Na verdade foi uma viagem-competição, já que efetivamente se trata de uma tradicional corrida de barcos à vela que ocorre todos os anos na Bahia. É uma festa também. Fomos num barco minúsculo, mas muito forte, largamos em ultimo, sem a vela “balão” (aquela colorida e que dá uma beleza e velocidade ainda maior aos barcos) e… éramos muito inexperientes. Apenas um dos tripulantes tinha real capacidade técnica de velejar. Mas ultrapassamos muitos barcos e ao chegarmos no encontro do mar da Baía de Todos os Santos, com o rio Maragojipe, a natureza se revelou em tons de cores impressionantes. O silêncio dos barcos a vela era uma contemplação. Embora estivéssemos numa corrida, aquilo me contagiou, como um vírus. Chegamos a cidade que leva o mesmo nome do rio e fomos direto para a festa que nos esperava. Sem banho (nosso barco era tão pequeno que tínhamos que escolher entre levar água doce para o banho ou correr mais leve e termos alguma chance de não sermos os últimos a chegar) até a volta a Salvador, mas felizes da vida ao saborear como é doce a liberdade. Todos deveriam fazer isto um dia. Sempre há tempo.

Para saber mais sobre a regata: http://www.aratuiateclube.com.br/

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Márcio Pimenta