Demografia By José Eustáquio Diniz Alves / Share 0 Tweet As duas últimas pesquisas nacionais de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2010 mostram que a candidata Marina Silva ultrapassou o (quase) candidato Ciro Gomes e passou a ocupar o terceiro lugar na corrida para o Palácio do Planalto. A pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 15 e 16 de março de 2010 e divulgada em 17 de março de 2010, apontou Marina Silva (PV) com 10% das intenções de voto, conrtra 9% de Ciro Gomes (PSB). No desempenho segundo o sexo dos eleitores, Marina ficou com 11% entre as mulheres e 9% entre os homens. A pesquisa IBOPE/ACSP, realizada entre os dias 13 e 18 de abril e divulgada no dia 21 de abril de 2010, apontou ambos os candidatos com 8% dos votos. Estes números e a falta de apoio partidário aumentam as chances para que Ciro retire a sua candidatura ou que o PSB lhe negue a legenda para concorrer em 2010. Os números acima também reforçam uma tendência quase que irreversível da candidata Marina Silva se consolidar em terceiro lugar na corrida presidencial e com um montante de votos expressivo capaz de torná-la uma terceira via, capaz de colocar tempero na tendência plebiscitária das eleições. Uma Marina forte, na disputa do primeiro turno das eleições 2010, significa que o debate não vai ficar restrito a Serra/FHC versus Dilma/Lula. Marina Silva – que já foi comparada com o “Obama de saía” – pode encarnar o desafio inovador do século XXI, que é a defesa do meio ambiente e do empoderamento das mulheres. Feminizar o mundo seria uma forma de avançar a página do processo civilizatório, pois a Revolução Industrial, de características pratriarcais, liberou forças que agrediram o meio ambiente, enquanto mantinham a opressão histórica sobre as mulheres. Marina Silva, com uma campanha bem articulada, pode mostrar a necessidade mundial e brasileira, de se fazer uma transição de uma economia de alto carbono para uma de baixo carbono e a transição de uma sociedade com alta desigualde de gênero para uma com maior equidade de gênero. Se a candidata do PV tiver sucesso nesta empreitada – mesmo na hipótese de não chegar pelo menos em segundo lugar em 03 de outubro – ela poderá ter grande influência na decisão do segundo turno. Até agora, neste processo de definição das candidaturas e das alianças partidárias, não houve uma apresentação de programas e ideias por parte das pessoas e partidos que pretendem governar o Brasil pelo próximos quatro anos. O perigo é que a campanha fique apenas nas representações da “sociedade do espetáculo” e não avance na busca de alternativas para o país. Porém, a presença de Marina Silva, com toda a sua bela trajetória de vida e luta, pode contribuir para dar visibilidade nas eleições de 2010, em especial, para as questões de gênero e da sustentabilidade ambiental. Vejam artigo:Brazil’s presidential election – Another SilvaA celebrated environmentalist pitches for the presidencyApr 22nd 2010, From The Economist print editionhttp://www.economist.com/world/americas/displaystory.cfm?story_id=15959322