Eu bebo sim... By Roberson Guimarães / Share 0 Tweet Vinhos devem ter história. Uma história recente, que traduz as condições daquela safra: variações climáticas, quantidade de chuva, verões mais ou menos quentes, etc. E uma história antiga, que remonta às origens daquela uva, daquele produtor, daquela região, daquele terroir. E beber um vinho que tem história é outra coisa. Faço essa pequena introdução para falar de uma região produtora que faz vinhos há muito, muito tempo: a Campania, no sul da Itália. O mundo dos vinhos não é simples, unidimensional. É um mundo que na sua vertente ideal as novas gerações tentam oferecer sua própria contribuição sem, contudo, deixar de respeitar as tradições. Existe uma herança a ser respeitada, fruto de um aprendizado lento, ponderado, de quem sofreu com os erros e as dificuldades de vindimas sucessivas. Não por acaso a maioria dos grandes produtores dos países europeus são empresas familiares. Em outras palavras: vinhos devem ter história. Uma história recente, que traduz as condições daquela safra: variações climáticas, quantidade de chuva, verões mais ou menos quentes, etc. E uma história antiga, que remonta às origens daquela uva, daquele produtor, daquela região, daquele terroir. E beber um vinho que tem história é outra coisa. Faço essa pequena introdução para falar de uma região produtora que faz vinhos há muito, muito tempo: a Campania, no sul da Itália. A Campania – capital Napoli – é uma região litorânea banhada pelo Mar Tirreno e cercada pelos Apeninos de onde chegam as últimas influências frias do Norte. Apresenta clima temperado, com invernos moderados e verões secos e frescos. Vinhos são produzidos por lá há mais de 2000 anos. Boa parte das variedades de uvas é de origem grega: as tintas Aglianico (helênico) e Piedirosso; e as brancas Falanghina, Fiano e Greco di Tufo. A cepa Greco di Tufo dá origem a vinhos brancos muito bons e bem diferentes do mar de Chardonnays sem graça e padronizados que infestam os supermercados. Esses vinhos apresentam uma característica mineral (solos vulcânicos e calcários) que associada ao sabor frutado os torna muito agradáveis e excelentes para acompanhar pratos à base de peixes e frutos do mar. Vinhos para serem apreciados jovens, e servidos frios entre 8 e 10º Celsius. (Frios e não gelados!!). Selecionei dois exemplares de Greco di Tufo, ambos disponíveis no Brasil, que escoltariam muito bem um espaguete com vôngoles, camarões, tomate e manjericão. Vale lembrar que esse é o que eu costumo chamar de verdadeiro vinho de bom custo-benefício: saboroso, autêntico, com pedigree. E se fechar os olhos dá para se sentir ali, na costa do Mediterrâneo… bebendo um golinho da história. 1- Greco di Tufo 2006 Feudi di San Gregorio (WorldWine, R$ 73,50) Descrição: A Feudi di San Gregorio apresenta vinhos frutos de um projeto de excelência que combina tradição e tecnologia para buscar o renascimento do vinho do sul da Itália. O enólogo consultor Riccardo Cotarella usa principalmente uvas nativas, evidenciando suas qualidades na produção de vinhos imponentes e elegantes. Uma pequena parcela dos vinhedos é de uvas centenárias, pré-filoxera. Na adega, de arrojado projeto arquitetônico, o vinho descansa em barricas de carvalho ao som de canto gregoriano (gracioso, não?!). 2- Novaserra Greco di Tufo 2005 Mastroberardino (Mistral, R$ 77,70) Descrição: Delicioso bouquet de frutas amarelas: pêra, melão, damasco. Bem estruturado com excelente acidez. Sedoso, macio e levemente amanteigado. Um primor de autenticidade do melhor produtor da Campania.