Pão de Queijo com Chucrute By Ariadne Rengstl / Share 0 Tweet Na Alemanha, a fama das rodovias sem limite de velocidade já criou até um novo tipo de turismo, o de rodovia. Mesmo assim, o governo quer pôr fim ao que muitos chamam de privilégio. O debate já começou. Confira. É fato. A Alemanha é o único país do mundo em cujas rodovias – auto-estradas com duas ou mais vias – não há limite obrigatório de velocidade. A velocidade recomendada é de 130 Km/h, mas o limite, dependendo das condições de trânsito e da capacidade do automóvel, pode alcançar a barreira dos 200 Km/h. É fato. A Alemanha é o único país do mundo em cujas rodovias – auto-estradas com duas ou mais vias – não há limite obrigatório de velocidade. A velocidade recomendada é de 130 Km/h, mas o limite, dependendo das condições de trânsito e da capacidade do automóvel, pode alcançar a barreira dos 200 Km/h. A consequência mais óbvia de tamanha liberdade é o chamado “Autobahn-Tourismus”, ou turismo de rodovia, que atrai pessoas do mundo todo interessadas em acelerar máquinas para entorpecer suas mentes com o descontrole aparentemente controlado da alta velocidade, e claro, contribuir com mais um pouquinho de poluição sonora e com a emissão de CO2 na atmosfera. O incrível é que apesar de tanto pé na táboa, índices apontam que as auto-estradas alemãs são mais seguras que as de outros países europeus com limite máximo de 130 Km/h, como é o caso da Áustria. Porém, ainda assim, membros do governo propuseram a adesão à velocidade-limite – de 120 ou 130 Km/h, ainda não se sabe ao certo – que poderá ser acatada nos próximos anos. Cidadãos alemães cientes da perda do tão aclamado privilégio já começaram uma campanha contra a imposição “não democrática” do limite de velocidade. De acordo com eles a nova medida não se justifica pois, com uma velocidade-limite, a redução da emissão de CO2 seria tão insignificante a ponto de não fazer nenhuma diferença na quantidade total de gases emitidos pelo país. Para esses cidadãos revoltados o governo deve investir em medidas mais eficazes para poupar a natureza dos malefícios dos automóveis, e como o número de acidentes nas rodovias é baixo, o quesito segurança não se aplica como uma desculpa para a mudança. Eles propagam ainda que a atitude o governo é um ato simbólico, com fins meramente educativos em relação à nova realidade ambiental do planeta. Nessa lógica, para eles é mais importante manter o direito do cidadão de correr que dar lições de bom comportamento para a população alemã e o resto do mundo. O governo, por seu lado, não nega seus objetivos. A meta de reduzir a emissão de CO2 em 40% até o ano de 2020 só poderá ser alcançada através de pequenas – e aparentemente insignificantes – mudanças de hábito. Dentre elas está o uso de lâmpadas mais econômicas e, claro, a diminuição da velocidade nas rodovias. Tal medida pode diminuir a emissão de CO2 em 3% ao ano, uma quantidade muitíssimo significativa, capaz de ajudar o país a cumprir a meta dos 40%. A indústria automobilística alemã – e os empregos que gera – poderia ser afetada mais diretamente pela proibição, já que o selo de qualidade “Tested on German Autobahn” perderia sua validade. No entanto, as necessidades futuras de mercado apontam que carros com menor potencial de velocidade, mais econômicos e mais ecológicos, terão mais procura e dessa forma poderão assegurar as vendas e a estabilidade da indústria. Quanto aos turistas da velocidade – os “Raser-Touristen” – , diz a lenda urbana que muitos desistem da aventura após poucos quilômetros na rodovia. A altíssima velocidade e o trânsito desafiante é tanta loucura, que na hora do “vamos ver”, pessoas acostumadas a guiar a 130-150 Km/h acabam ficando sem coragem de encarar tamanho excesso de liberdade.