Share Portas fechadas, e uma janela aberta. Pode chegar! By Raimundo Neto / (Trata-se de um pedido de desculpas vestido de agradecimento) Nasci do avesso de um desejo, de uma reprimenda. Nunca soube esperar nada de bom que minha cabeça pudesse realizar. Aos quatro anos, aprendi a ler, sozinho. Aos oito, comecei a desenhar e roteirizar ridículas e curtas estórias de fantasia. As palavras eram soltas […]
Share O amor finito e o começo brando das escolhas dignas. By Raimundo Neto / Como se gosta tanto de alguém – quando o sol do amor recente queimava pra valer o que era menor e fraco – e hoje, quando o outro está decidido do novo amor, simplesmente não se sente mais nada? Como é possível superar tanta dor em tão pouco tempo sem o estranhamento de ter que […]
Share Sobre amizades coaguladas e conceitos vencidos By Raimundo Neto / Amizade é um bicho estranhamente necessário. Se correr, ela te pega. Se ficar, ela te preenche. Quem tem amigo sabe como pequenos momentos de partilha e gargalhadas sobre temas banais de mínimas resoluções são capazes de aplacar dores insuportáveis. Sempre precisei de bons amigos que soubessem executar sua presença com competência. Eles vinham com […]
Share A composição dos atos mínimos By Raimundo Neto / A vida hoje exige pedaços cada vez maiores de cada um, de cada coisa (ato, pessoa e objeto). As declarações estão se tornando mais caras: declarações de amor, de bem querer, de desistir, de preferir amanhã o que não se pode ter agora, de permanecer ausente, de precisar de uma proximidade sufocante; declarações de Aniversário, […]
Share As Raízes do Fim (Reflexões sobre A árvore da vida e Melancolia) By Raimundo Neto / [Impressões sobre “A Árvore da Vida” (Terrence Malick, EUA, 2011), “2001: Uma Odisséia no Espaço” (Stanley Kubrick, 1968) “Koyaanisqatsi” (Godfrey Reggio, EUA, 1982), “Melancholia” (DIN/EUA, Lars von Trier, 2011.)] “Sempre houve inquietação dentro de mim. E sempre haverá.” Tree of Life, 2011 (Faça-se a luz.) […]
Share Sob(re estupro) o Domínio do Medo* By Raimundo Neto / Pintura: Estupro das Filhas de Leucipo por Peter Paul Rubens (Trato de impressões. Sem cortes profundos nem muitos temperos. Responsabilidade adoça a vida. Enxergo, sim, a falta de cores em algumas práticas violentas, e deixo-me levar pelas impressões. É com empatia, imaginação, compreensão e bom senso que escrevo. Impossível evitar ter pretensão nas […]
Share Fogo-fátuo By Raimundo Neto / As cebolas refogavam, nos giros da frigideira, e o frango empanado dançava gorduroso do centro para as beiradas. Passei a colher na manteiga, e derramei na mistura que fritava. Temperei tudo com minha solidão, e concentrei-me nos pedacinhos que douravam lambuzados. Subitamente resolvi queimar a mão também. E esqueci-me do juízo por poucos segundos. Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! […]
Share A você que pediu para fazer parte da minha vida outra vez By Raimundo Neto / “Finalmente, algumas pessoas têm tanto medo de ser rejeitadas ou abandonadas que nem mesmo entrarão em um relacionamento: ‘Se não tenho vínculo, não sou rejeitado (…) Outra forma problemática de lidar com [abandonos imaginários] é não se envolver profundamente. Essa estratégia esquiva e distanciadora é geralmente inconsciente, mas de modo geral se reflete em pessoas […]
Share Crônica do Vigésimo Nono Aniversário e meus recomeços By Raimundo Neto / “Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo Seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo mais vasto é meu coração.” C.Drummond de Andrade Não deixei para ter a vida nas mãos apenas agora. Não a vida toda, inteira, cheia de tudo aquilo que achamos que […]
Share O caminho da solidão e os passos curtos do amor By Raimundo Neto / Reflexões a partir de Rilke (Cartas ao jovem poeta), Zigmunt Bauman (Amor Líquido) e Aaron Beck (Terapia Cognitiva). “Por isso é tão importante estar sozinho e atento quando se está triste: porque o instante aparentemente parado sem nenhum acontecimento, no qual o nosso futuro entra em nós, está bem mais próximo da vida do […]