Notas Introdutórias – O Velho Safado


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Como coluna introdutória, sinto aquela vontade de abraçar o mundo, querendo de imediato cuspir todas as referências, idéias. Falar dos filmes, dos discos, dos livros que marcaram a ferro minha vida. Mas há uma forma clássica – e realmente fundamental – para dar início a essa coluna que ao longo do tempo abarcará tudo que acredito ser importante dividir e discutir. Eis a forma: a explicação do nome da coluna, que por si só já introduz um autor que, com toda certeza, aparecerá muito por aqui.

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 Ao Sul de Lugar Nenhum foi um nome emprestado junto ao velho safado: o grande poeta e escritor norte-americano Charles Bukowski. South of no North é o título original do livro que aqui saiu pela LP&M e que possui ainda um feliz subtítulo: histórias da vida subterrânea. Bukowski nasceu na Alemanha mas se mudou com seus pais, ainda criança, para os Estados Unidos. Da relação difícil com os pais, as brigas na escola, a negação do american way of life, Bukowski põe o pé na estrada e dá vida ao seu alter-ego Henry Chinaski. É pela voz de Chinaski que Bukowski nos trará, através de uma prosa simples, mas visceral, a vida no submundo das cidades americanas, sua relação com as mulheres e principalmente sua relação com a bebida. Daí o apelido de velho sujo e safado. Sua poesia ainda é pouco traduzida no Brasil, mas sua prosa, felizmente, tem sido resgatada com certa regularidade.
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Ao Sul de Lugar Nenhum acho que traduz, ou perpassa um pouco toda a obra desse escritor tido por muitos como maldito (tentaram até chamá-lo de beatnik o que ele rechaçava com sarcasmo), uma vez que esse nome me dá uma idéia de movimento, de constante mudança, alguém que não aceitava as regras da sociedade em que vivia e pagava um preço considerável por isso. Por outro lado, seu processo criativo era justamente em cima dessas contradições. Dizia ele: “Pegue a família, misture com Deus e a Pátria, acrescente a jornada de 8 horas de trabalho, e você teria o necessáro”.
 
Espero conseguir trazer para esse espaço um lugar de convivência ativa, onde as vozes de todos poderão ser ouvidas em meio ao barulho desse progresso (que já deixou de ser progresso) desmedido que faz com que as ruínas cresçam até o céu como disse o grande filósofo marxista Walter Benjamin. Sejam todos bem-vindos.     
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Diogo Brunner