Eclipse: o Ocidente na sombra da dominação econômica da China


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Os Estados Unidos e a Europa estão perdendo a corrida econômica para a China. Dentro de 20 anos, a potência asiática será o país dominante do mundo. É o que afirma o economista indiano Arvind Subramanian – que trabalha no Instituto Peterson de Economia Internacional de Washington – no livro “Eclipse: Living in the Shadow of China’s Economic Dominance” (“Eclipse: Vivendo na sombra da dominação econômica da China”, lançado em setembro de 2011).

De acordo com Subramanian “A China pode radicalmente fracassar, por exemplo, se permitir a explosão das bolhas de ativos da construção ou se não conseguir evitar a agitação política”. Mas ele considera que “O domínio econômico da China é iminente e será maior e mais variado do que atualmente se supõe”.

Para fundamentar esse argumento, Subramanian aponta três dimensões da força econômica chinesa: o tamanho do PIB, o comércio total (exportação e importação) e posição de credor externo. Estas três dimensões estavam presentes na troca de hegemonia no início do século XX, quando houve o declínio do Reino Unido a ascensão dos Estados Unidos. De forma semelhante, nas próxima décadas deverá haver o declínio dos Estados Unidos e a ascenção da China.

A China deve passar o PIB americano (em poder de paridade de compra) já em 2016 e mesmo que o crescimento econômico da China caia de 10% ao ano para algo em torno de 7% ao ano deve aumentar as vantagens em relação aos Estados Unidos que deve crescer em ritmo bem menor (algo como 2% ao ano). Além disto a China já é o país com maior volume de exportações e deve chegar à liderança também das importações, tudo isto mantendo elevados superávits no comércio internacional. A China soube aproveitar melhor as oportunidades geradas pela globalização.

O países ocidentais compram os produtos “made in China” e tomam dinheiro emprestado para continuar financiando seus déficits. Assim, a China já possui mais de 3 trilhões de dólares em reservas cambiais e este número deve crescer bastante nos próximos anos, enquanto os EUA e a maioria dos países da Europa mantém elevados déficits comerciais e/ou fiscais e estão “viciados em dívidas”.

A força da China já se mostra presente hoje em dia quando convenceu os países africanos – onde investe pesadamente – para fechar as embaixadas de Taiwan. Com seus dólares das reservas cambiais, se ofereceu para comprar a dívida grega, irlandesa, portuguesa e espanhola, buscando evitar ou mitigar o caos financeiro na Europa. “A China é o melhor amigo da Espanha”, disse o primeiro-ministro espanhol José Luis Zapatero, em abril de 2011, por ocasião da visita do presidente chinês.

Após a crise do teto da dívida, em agosto de 2011, os EUA mandaram o vice-presidente Joe Biden à China para garantir que os americanos vão honrar os títulos do tesouro, especialmente os 1,2 trilhão de dólares de títulos em mãos dos chineses. Recentemente, a China passou a comprar ativos americanos, quer seja imóveis ou empresas em dificuldades. Além disto, a China avança rapidamente no seu programa espacial e alveja chegar a lua na próxima década.

A China também usou o seu tamanho para fortalecer seu comércio e as relações financeiras na Ásia e na América Latina. No Brasil, por exemplo, a China tem emprestado vultosos volumes de recursos para a exploração do petróleo do pré-sal. Em vários países, as transações comerciais podem agora ser liquidadas em yuan, o que indica que o privilégio do dólar como única moeda de aceitação internacional está com os dias contados.

Desta forma, afirma Subramanian, a dominação chinesa não é apenas iminente ou coisa do futuro, pois de certa forma, ela já está presente aqui e agora.

Referência:
Arvind Subramanian. “The Inevitable Superpower: Why China’s Dominance Is a Sure Thing”. Peterson Institute for International Economics. Agosto 2011. Disponível em:
http://www.piie.com/publications/papers/paper.cfm?ResearchID=1913
Wenran Jiang. Time do work with Chinas’s rise. The Diplomat blogs. 03/09/2011. Disponível em:
http://the-diplomat.com/2011/09/03/time-to-work-with-china%E2%80%99s-rise/

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José Eustáquio Diniz Alves