Obama está vivo, para desespero dos conservadores


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A última semana de março foi consagradora para o presidente Barack Obama. O Congresso Americano aprovou a Reforma da Saúde que amplia a cobertura a cerca de 32 milhões de pessoas. É a politica social de maior alcance no país, feita em quase cinco décadas (desde Lyndon Johnson, 1963-1969, que ratificou a lei dos direitos civis). Os EUA e a Rússia concordaram em ampliar o controle de armas estratégica, tendo sido o acordo mais importantes desde o fim da Guerra Fria. Por fim, o presidente norte-americano, com sua paciência esgotada com a procrastinação do governo de Israel, ousou colocar uma “pulga atrás da orelha” do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu e sua política de assentamentos em Jerusalém. Em suma, foi a semana que fez Barack Obama voltar a sorrir e fez o mundo ver que os EUA não estão (totalmente) dominados pelos conservadores do Partido Republicano e do movimento “Tea Party”.

O primeiro ano de governo de Obama não foi de muitas realizações. A “herença maldita” do governo Bush fez a economia americana ter a maior recessão dos últimos 60 anos, no ano de 2009. O alto déficit fiscal e os altos níveis de desemprego, provocados pela recessão (que foi consequência das políticas do partido Republicano), minaram a confiança dos americanos. Além disto, a fala mansa e a paciência de Obama estavam dando a impressão de fraqueza e falta de vontade política do “Comandante em Chefe” do país.

Contudo, as vitorias de Obama no final de março podem afastá-lo da sindrome de Jimmy Carter (1977-1981) e aproximá-lo da sina vitoriosa de Franklin Delano Roosevelt (1933-1945). Por enquanto, ele evitou entrar para a categoria dos líderes que não conseguiram promover suas agendas. E o pior, uma derrota na Reforma da Saúde teria deslocado o eixo de poder para o Congresso e para agenda conservadora do partido Republicano, cada vez mais radical em suas posturas contra os direitos humanos, a distensão internacional, contra as políticas de mudança da matriz energética e de combate ao aquecimento global.

O presidente Obama já conseguiu gravar seu nome na história das legislações sociais nos EUA. A aprovação da reforma despertou o apetite de Obama por vitórias. Por outro lado, os republicanos, apesar de ter ganhado algumas escaramuças táticas, estão sendo conhecidos como o partido do não. Sarah Palin, ex-governadora do Alasca e “figura carimbada” na mídia conservadora, é considerada desqualificada para assumir a Casa Branca por 70% dos norte-americanos. O senador John McCain, que concorreu à presidência em 2008, com o discurso “American first” (o país em primeiro lugar), agora ameaçou os Democratas, dizendo a uma rádio que “não haverá cooperação pelo resto do ano” dos republicanos. Ou seja, a dupla McCain/Palin não possui propostas concretas para os EUA e o resto do mundo e estão se consolidando como “vanguarda do atraso e da obstrução”.

Seja o que quer que aconteça no resto do mandato de Obama, essas vitórias de março já serão conquistas que vão entrar para a história. Porém, muita coisa ainda falta ser feita. Existe uma necessidade de se colocar um rápido fim às guerras do Afeganistão e do Iraque. É preciso fazer um novo tratado do clima para substituir o protocolo de Kyoto, etc. Porém, se os demais países do mundo possuem atritos e divergencias com o governo Obama, a situação piora muito com os conservadores do partido Republicano e o ultrapassado movimento “Tea Party”. Estes não fazem juz aos revolucionários que estiveram à frente da Independência dos Estados Unidos em 1776, pois estão pelo menos 200 anos atrasados na comprensão do mundo e dos desafios da pós-modernidade.

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José Eustáquio Diniz Alves