A classe operária é internacional. O caso Nokia


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Nunca o Capital esteve tão sob suspeita na Alemanha nos últimos tempos. O caso da empresa Nokia de telefones que anunciou em fevereiro o fechamento de suas portas em Bochum, causando 2.000 demissões e afetando indiretamente 5.000 famílias indigna o pais.

A empresa de telefonia Nokia, que detém 40% do mercado de telefones no mundo, com 65.000 postos de trabalho, está fechando suas portas em Bochum, Renânia do Norte até o meio de julho, embora a empresa tenha dado por aqui grandes lucros.

Os argumentos descarados são: estão fechando as portas aqui na Alemanha para produzir na… Romênia, onde a mão de obra é mais barata. Mais barata? E aquí dando lucro? Mas se aquí estava dando um lucrão, vendendo horrores para os alemães, para que se mudarem para a Romênia? Ainda por cima Nokia recebeu incentivos fiscais para montar a empresa em Bochum e agora está fechando? A indignação foi tão grande que as ações da Nokia despencaram 80% no dia arranhando consideravelmente sua imagem. Parece que somente as bolsas de valores que estavam solidárias com os trabalhadores, pois só assim se viu uma reação tão grande.

Em comunicado da sede Helsink, Finlândia, (os maiores acionistas da Nokia são americanos) os gerentes confirmaram o fechamento da fábrica de telefones celulares e não querem discussão. A Romênia, pais recentemente incorporado à Europa os esperam ansiosamente e de braços abertos, quando provavelmente receberão novos incentivos fiscais da União Européia.

As contradições na economia globalizada são evidentes e o contribuinte alemão é que acaba pagando, no caso aquí duas vezes: para a reconstrução da economia européia e dos países recém incorporados a ela e perdendo postos de trabalho… para os paises que ajudaram a reconstruir.

O sindicato na Alemanha deu o grito e chamou uma greve solidária na Finlândia e eles nem tchuns. Se alguém tinha dúvidas que somente o Capital é solidário se confirmou. A classe operária é internacional, mas infelizmente a solidariedade não. O trabalhadores continuam desarticulados e não apresentando nenhuma reação de solidariedade.

E que dizer dos romenos que nessas horas estão felizes por ter um posto de trabalho? Quanto tempo vai durar a alegria? Vai durar provavelmente até a Nokia resolver em alguns anos se mudar para a… China, já que lá os salários são pagos mesmo em centavinhos de euro e as condições de trabalho são ainda do tempo da escravidão.

O grande Capital debanda para onde a mão de obra é mais barata e aos governos só resta assistir, infelizmente. N´Este Pais-Alemanha também acontece dessas coisas.

Da série: Notícias daquí e de lá.

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Solange Ayres