A Escola de Rösing


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Em 1995, Régis Rösing iniciou uma maneira diferente de se fazer o jornalismo esportivo, sem nem mesmo ser jornalista formado – o que irritou muita gente na época. Hoje, 13 anos depois, Tino Marcos e Tadeu Schmidt mostram o que aprenderam com Rösing salvando o Globo Esporte e os gols do Fantástico.

Assistir televisão comigo é um saco. Admito. Quase ninguém agüenta. É praticamente meio segundo para cada canal. Zaping é apelido. Meu pai, quando está sentado no sofá ao meu lado, sempre faz a mesma pergunta: “Mas vem cá, hein, o que tu tanto procura?” Alguns instantes depois, ele mesmo responde: “Tu só pára quando vê uma graminha verde ou um programa esportivo, né?”. O pior é que essa é a mais pura verdade. Acho, inclusive, que deveria assistir mais a outros canais como o Discovery Channel ou a TV Cultura, mas o que me atrai mesmo são os SporTV e os ESPN. Não sou nenhum alienado ou algo do tipo, mas a verdade é que quando eu paro na frente da TV é para relaxar e relaxo mesmo com um belo programa esportivo ou com uma partida de futebol. O nível dos jogos variam muito, é verdade. Mas pouco importa se está passando Bragantino versus Barueri ou Real Madri versus Roma. É por ali que descansarei o meu dedo e o controle remoto. O mesmo se passa com os programas esportivos. Agüentar o Galvão Bueno no Bem Amigos não é tarefa fácil, mas o que mais assistir segunda à noite?

Desde os tempos de colégio tenho uma mania muito pouco educada. Chego em casa, por volta das 12:30, preparo meu prato e me sento em frente à TV, esperando o Globo Esporte. Ou seja, são anos e anos acompanhando os mais variados jornalistas à frente do programa. Tenho as minhas preferências obviamente. A Mylena Ciribelli, por exemplo, é excelente profissional, não é à toa que está na Rede Globo há tanto tempo. Mas não tem um mísero programa que a coitada não erre o texto ou não dê uma gaguejada daquelas. A Glenda também é muito boa apresentadora, mas falta punch a ela, na minha modesta opinião. O Sr. Léo Batista continua apresentando o programa (e continuará até todo o sempre) por respeito da entidade ao jornalista, afinal, o primeiro Globo Esporte, em 1978 foi apresentado por ele. Além disso, por mais que o jornalista esteja um pouco defasado, é uma figura carismática e marcante.

Nas últimas semanas notei uma melhora significativa no programa. Essa melhora veio acompanhada de Tino Marcos. É ele o editor-chefe do programa. O antigo editor-chefe do Globo Esporte (acredito que era Sidnei Garambone. por favor, corrijam-me se estou enganado), acabou deixando o programa pouco interessante, quase sempre no mesmo formato, sem reportagens inteligentes e com a Mylena gaguejando insandecidamente. Tino Marcos parece que voltou a 1995 e resgatou todo o espírito Régis Rösing de ser. Para quem não sabe, Régis Rösing, inovou completamente a maneira de se fazer reportagens de campo. Em 1995, durante trajetória vitoriosa do Grêmio na Libertadores da América, Régis Rösing (então repórter da RBSTV, filiada à Rede Globo no RS e SC) posicionava-se atrás da goleira onde o time gaúcho atacava e narrava o lance. Os jogadores já conheciam o repórter e sempre depois dos gols, procuravam a câmera e comemoravam junto com ele. Nas reportagens de setor, quando o repórter cobre a manhã de treino de uma equipe, por exemplo, ele inventava as mais variadas brincadeiras, explorando todas as possibilidades. Resultado: as reportagens de Régis Rösing eram sempre muito bem produzidas e, acima de tudo, muitíssimo bem humoradas. Não demorou para que se transferisse para a Globo e se tornasse conhecido no resto do Brasil.

Tino Marcos sem dúvida nenhuma está bebendo da mesma fonte, e segue o legado deixado por Régis Rösing. O Globo Esporte está cada vez mais dinâmico e prende o telespectador do início ao fim. São pequenos detalhes que deram esse upgrade, como o clipe inicial que abre o primeiro bloco, apresentando o que será notícia no programa, com uma trilha animada e uma locução bastante empolgada.

Certamente não fui o único que notou essas diferenças no Globo Esporte. O mesmo trabalho que faz Tino Marcos ao meio dia, de dar uma nova cara ao programa, faz com muita propriedade Tadeu Schmidt no Fantástico. E, podem ter certeza que o irmão de Oscar tem em Régis Rösing o seu maior ídolo. Tadeu Schmidt procura sempre o inusitado, o ângulo que ninguém viu, as bem humoradas colocações e as excelentes edições de áudio e vídeo para montar um dos melhores materiais esportivo do jornalismo brasileiro.

Eu, como bom publicitário, acredito naquela máxima que diz: nada se cria, tudo se copia. O que é bem feito é preciso ser estudado e analisado com muito cuidado para que posteriormente seja aprimorado. Tanto o Globo Esporte como o Fantástico estavam paradinhos no tempo, mas de alguns meses para cá deram uma guinada impressionante nas suas respectivas maneiras de se comunicar. Para o Globo Esporte e para o Fantástico, as minhas mais sinceras congratulações. E para você, uma boa tarde!

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Guilherme Carravetta