O brasileiro (enfim) atingiu o ponto 3G


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Em dezembro foram leiloadas pelo governo brasileiro as licenças para a operação da telefonia móvel de terceira geração. O famigerado termo 3G foi criado como uma representação para toda a onda de novas tecnologias que surgiram e, de certa maneira, revolucionaram a transmissão móvel de dados nos últimos anos. O que pouco se comenta, entretanto, é que essa “onda” exigirá das operadoras de telefonia celular um investimento pesado em infra-estrutura, que certamente se refletirá no preço final do serviço ao consumidor.

Essa tecnologia já funciona comercialmente desde 2005 na Europa, Estados Unidos, Austrália e Japão, sendo que neste último desde o início da década as operadoras já disponibilizavam serviços de transmissão de dados em alta velocidade. Aliás, esta é uma das principais vantagens deste novo padrão. Será possível navegar na internet (acessar emails, comunicadores instantâneos e até mesmo produtos VoIP) com uma qualidade pouco disponível até mesmo em terminais fixos para a maioria dos brasileiros.

Todavia, infelizmente essa revolução tem um custo, que será diluído nas tarifas cobradas pelas empresas responsáveis pela exploração dos serviços. O que é justo, diga-se de passagem, haja vista que ninguém está no mercado para fazer caridade. O que entristece quem trabalha com tecnologia é saber que a rede 3G está fadada a ter o mesmo destino que a atual tecnologia de comunicação móvel (digital, também conhecida como 2G). Após a reposição dos investimentos iniciais, os preços – que deveriam cair – permanecerão altos e inacessíveis a grande parte da população.

Dois fatos que podem confirmar esta tendência são o desenvolvimento consistente de outras tecnologias mais baratas e eficientes de transmissão de dados, e o posicionamento das fabricantes de infra-estrutura. Motorola e Nortel, duas das maiores produtoras de equipamentos voltados para a comunicação móvel, já anunciaram que destinarão seus investimentos para o fortalecimento do padrão WiMax. Este mesmo acaba sendo um forte concorrente, já que seu custo é bem menor em comparação com a rede de telefonia, além de apresentar resultados que permitem concluir que, brevemente, será possível sua exploração comercial.

Mas, como o mercado vive do momento, é fato que WiMax ainda não está pronto para adoção em larga escala. O que, indiretamente, acaba prejudicando ainda mais a concorrência com o 3G e, consequentemente, a queda de preço. Para um país que já tomou passos importantes na direção da diminuição do analfabetismo digital (a medida que reduziu os preços dos notebooks finalmente surtiu efeito, sendo possível encontrar modelos mais simples por menos de mil reais), seria uma pena ver milhares de brasileiros com seus aparelhos na mão e sem a possibilidade de acesso à informação, tão ou mais importante que um dispositivo eletrônico.

Torçamos para que nosso 3G não seja como nossa TV Digital – como um pato: nada, anda, voa… mas não faz nada disso direito.

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Fábio Dassan