O que é que há, Liga da Justiça?


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Nestes tempos de Disney comprando a Marvel – e todos brincando sobre Wolverine encontrando o Mickey – que tal relembrar o dia em que a concorrente fez uma loucura parecida?

Numa bela manhã de sol, algum executivo da Warner pensou que reunir os dois personagens mais famosos da empresa – o todo-poderoso Super-Homem e o aloprado coelho Pernalonga – poderia resultar numa história divertida. Depois que todos que ouviram a ideia maluca pararam de rir, encarregaram Mark Evanier (Groo) de escrever esta curiosa aventura, e Joe Staton (Tropa dos Lanternas Verdes) de ilustrá-la. O resultado foi publicado pela DC em 2000, na forma de uma minissérie em quatro edições.

A bagunça começa em Metrópolis, onde o Super-Homem enfrenta o Sr. Mxyzptlk. O diminuto ser pentadimensional começa a fazer lojas brotarem do asfalto, e como de costume é enganado pelo Homem de Aço para dizer seu nome ao contrário e ser mandado de volta para a Quinta Dimensão. Enquanto isso, no universo dos Looney Tunes, Hortelino tenta mais uma vez capturar o Pernalonga, que o engana com a facilidade de sempre. A cena da dupla é interrompida pelo surgimento do Dodô, que pede ajuda aos dois para encontrar um novo lar – sua Malucolândia natal, ele explica, foi tomada pelos construtores de condomínios.

Pernalonga se oferece para ajudar o Dodô a ir para um vácuo dimensional, onde ele encontra Mxyzptlk. Os dois bagunceiros conversam sobre seus respectivos universos, e decidem se unir para mandar o anão da DC para um mundo sem heróis. Depois de entreveros com Frangolino e Taz, Mxyzptlk decide fazer a bagunça suprema: mandar os Looney Tunes para o mundo da DC, onde eles logo encontram os membros da Liga da Justiça. Só para citar um exemplo, o Flash tem divertidos interlúdios com o Ligeirinho e o Papa-Léguas.

Mas nem esta travessura é suficiente, e Mxyzptlk decide armar uma ainda maior: entregar os poderes do Super-Homem a Hortelino Troca-Letras, e trazer o careca – juntamente com o Pernalonga – para Metrópolis, que está sendo atacada por uma nave do Homem dos Brinquedos. Enquanto o Super-Hortelino enfrenta o vilão, o Dodô assume o controle dos equipamentos interdimensionais e usa-os para misturar Batman e Patolino.

A terceira edição do crossover começa com o Arqueiro Verde ganhando uma caixa que contém o Sapo Cantor (e passando todo o restante da mini tentando convencer todos à sua volta das habilidades canoras do batráquio), e os vilões resolvendo seus assuntos pendentes num duelo de tortas. A luta danifica os equipamentos dos vilões, devolvendo os poderes do Super-Homem.

Sem poderes e na mira dos vilões, Hortelino é salvo pelo Pernalonga, que faz os capangas do Homem dos Brinquedos atirarem um no outro ao melhor estilo Pernalonga. Frangolino recruta o Super-Homem para ajudar na luta, revelando saber a identidade secreta do herói graças aos gibis que acompanha desde pequeno – e ainda sugere que Clark Kent mude de disfarce, já que “os óculos não enganam ninguém com QI acima de 9”.

O Homem de Aço resgata os dois desenhos, e o “Bat-Patolino” aparece diante de um estupefato comissário Gordon. Por alguma razão bizarra e incompreensível, o aloprado pato é o único deixado de fora quando a sabotagem do Dodô faz com que a Liga (Batman inclusive) e os Looney Tunes se reúnam numa dimensão intermediária.

Percebendo o que está havendo, os justiceiros partem para a batalha. Tendo experiência em salvamento de mundos – ainda que das formas mais improváveis – os Tunes se oferecem para ajudar, e são transformados em membros honorários da Liga. E acabam se revelando bastante úteis, já que suas táticas cartunescas detêm de vez o ataque do Homem dos Brinquedos a Metrópolis.

Enquanto isso, os dois vilões alternam-se nos controles das máquinas de transporte dimensional para executar a bagunça final: fundir de vez os dois universos. Pernalonga consegue enganar o duende (sim, de novo com o lance do nome ao contrário – incrível como ele ainda cai nessa!), e o Dodô resolve se estabelecer no universo DC, mas não sem antes devolver todos a seus respectivos universos. Bem, todos menos o Sapo Cantor, cuja caixa jaz na mesa de Clark Kent no Planeta Diário…

Terminado o resumo, vamos às minhas impressões da minissérie. O histórico de crossovers bizarros da DC me deixou um pouco receoso, mas para minha surpresa a história é bem divertida. Leitura leve, com arte cumpridora da sua função (se bem que alguns personagens da DC, como o Aquaman, parecem um tanto estranhos), cores que realmente dão a impressão de que pessoas reais encontraram desenhos e tiradas hilárias a rodo. Para ler como assistíamos aos desenhos da nossa infância – desencanado da história, concentrando a atenção nas piadas.

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Tiago Andrade