Viktor Frankl, a Auto-transcendência e a Experiência Aha


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    Hoje, em função das pesquisas para um livro que estou escrevendo, acabei me deparando com uma entrevista feita por Roy Bonisteel a Viktor Frankl, em 1977. Nesta entrevista, Frankl nos brinda com a seguinte pérola (o trecho é longo, mas significativo):

    “Uma vez eu estava dando uma palestra na Universidade de Melbourne, Austrália, e eles me deram um bumerangue como um souvenir, um bumerangue genuíno. Quando ele me foi dado eu subitamente tive aquilo que é chamado em psicologia de acordo com Karl Buehler uma "experiência aha". De repente eu tive esse lampejo, este é o verdadeiro símbolo da existência humana e da qualidade auto-transcendente da realidade humana. Porque geralmente se supõe que é a função do bumerangue retornar ao caçador – mas isso não é verdade, o Australiano me disse. Porque quando aquele bumerangue retorna ao caçador é porque ele falhou em atingir o alvo, a caça!
    O mesmo ocorre com o homem. Somente aquele tipo de pessoa tão ligado nela mesma e tão ansioso em contemplar e observar a si próprio, de representar a si próprio, que em primeiro lugar não conseguiram encontrar – não um alvo, mas uma missão em sua vida; que não encontrou um significado fora deles próprios; ou um outro ser humano que não eles próprios. Isto é auto-transcendência: não estando primariamente preocupado com si próprio, mas com alguma coisa outra que si próprio, ou melhor ainda, com alguma outra pessoa do que si próprio.”

    A-ha! Auto-transcendência. Estava mesmo à procura de uma palavra que desse conta de explicar o que vejo ao meu redor: ansiedade, depressão, pressa, vazio existencial. Pessoas-zumbis perambulando a esmo e comportando-se de forma conformista e robotizada (repetindo o comportamento de outros) ou servil (acatando ordens totalitárias sem questionamentos).

    E se, somente talvez, lutássemos (criássemos as condições) para permitir aos nossos jovens um tipo de educação que ensine a autonomia ao invés da obediência, o senso de convivialidade ao invés do individualismo, a cooperação ao invés da competição? Será que nossa capacidade de auto-transcendência não seria naturalmente ampliada? E, como efeito colateral, será que não seríamos mais felizes enquanto indivíduos e enquanto sociedade?

    O que você pensa? Qual é a sua opinião?

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Rafael Reinehr