Share Quero um amor com guarda-chuva By Raimundo Neto / Todo orgulho será amargamente punido e a nudez inocentada pela minha paixão, que se despiu de vaidade pra te aceitar por mais um mês. (Começo inspirado em Nelson Rodrigues. Não tenho pudores de me sujar com entregas e equívocos). Não lembro mais dos teus movimentos; não com a definição de antes. Ainda […]
Share É preciso pernas para a conquista do mundo? By Raimundo Neto / Nasceu com as pernas fracas, só arriscando os primeiros passos aos cinco anos: tinha medo de iniciativas. Mamãe rastejava, agarrava-se aos móveis, pra lá, pra cá, limpando panelas, preparando refeições, reparando na casa crescente lá debaixo de seu mundo operoso. Pernas fracas e finas; “poliomielite reversível”: assustou a mãe e o pai seu primeiro […]
Share O reino imaginário e o apocalipse inverso em 2011 By Raimundo Neto / Quando criança, eu caminhava com desastres iminentes presos aos pés. Tropeçava e sangrava como uma razão de existir. Não era fácil ser incansavelmente destrambelhado. Os anos passavam e eu só aprimorava o sentido daquilo. Penso, hoje, que meu corpo pedia calma e leveza na realização dos movimentos. Eu não era apenas apressado, mas […]
Share O Natal, a Xuxa e o Clã das Adagas Voadoras By Raimundo Neto / Aprecio a cálida desmesura avermelhada e a felicidade calculada de luzes coloridas que toma conta das pessoas, e dos seus saldos bancários, no Natal, e, principalmente nos dias que o antecedem. O Natal tornou-se aquela bola cremosa de sorvete colorido vencendo a bravura do calor do dia-a-dia no topo de uma imponente sorveteria, mas, […]
Share As asas do que não existe* By Raimundo Neto / Morei satisfeito na minha meninice até os doze anos. Um período em que eu vivia amassado nas gavetas dentro do guarda-roupa rabiscando estórias desinteressantes sobre não ter doze anos. Minhas ideias mofaram assustadas durante muito tempo. Eu vestia roupas adultas em cortes infantis. Lia conteúdos crescidos de uma literatura que exigia uma capacidade […]
Share Terceiro Fragmento: O agente da mudança By Raimundo Neto / Ter coragem, às vezes, significa mover-se simplesmente. É preciso também desejos e direção. Os olhos podem até se sustentar sozinhos e perdidos, quase inaptos, no começo, mas é preciso entender que é nesse começo que o coração precisa organizar escolhas. E quem vai dizer qual a direção correta a seguir? Qual a velocidade precisa para […]
Share Segundo Fragmento de uma vida cotidiana By Raimundo Neto / O amor, a distância e a Turma da Mônica A minha infância foi cheia de distâncias. Meu pai sumiu quando minha mãe avisou que iria receber uma luz em sua vida. Meu pai, ou o homem que não amou mamãe, teve receio de cegar quando sua nova vida cheia de luz começasse. E procurou […]
Share Primeiro Fragmento de uma vida cotidiana By Raimundo Neto / (Isto aqui é uma crônica. Basta você acreditar!) Observo detalhes. Existe grandiosidade nos gestos mínimos, nas sutilezas. Não cabe na palma da mão. Nem deveria caber. Talvez tentássemos colocá-lo no bolso, e o deixássemos cair, em qualquer canto sujo, do qual não lembraríamos. Olho para fora e vejo conceitos sendo redefinidos, absurdos sendo transformados […]
Share A felicidade por R$ 4,90 By Raimundo Neto /  As grandes redes de supermercado costumam ter uma noção praticamente infalÃvel do valor de tudo que é vendido. As promoções gritam a todo momento anunciando alguma data importante ou produtos  velhos e gastos que deveriam estar incomodando outros espaços. Um sentimento oposto ao de pertença â se os produtos o tivessem â deixa o ar […]
Share O que há de real no meu estilo de vida? By Raimundo Neto / Do aparentemente óbvio também pode surgir algo complexo e instigador: o que é a minha realidade? Quando olho para além de mim, estendendo os olhos para a distância que se apresenta, como eu definiria o que é real? A minha realidade também não é a realidade do outro, compartilhada? É aquilo que toco? Quando fecho […]