Ano novo, novas agendas


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O jornalismo é o protagonista na formação da agenda de visibilidade pública, constituindo-se como um dos campos sociais mais importantes e poderosos da sociedade. Contudo, após a internet e as possibilidades oriundas das novas tecnologias, tanto na abertura de novos canais como novas ferramentas para potencializar a comunicação, o poder em agendar temas e formar a agenda de visibilidade pública é descetralizada dos medias tradicionais.

 

A hipotése da agenda-setting, formulada no final dos anos 60 pelos professores Maxwell E. McCombs e Donald L. Shaw, sustenta que as informações agendada pelos mass media passam a fazer parte da agenda da sociedade.

Nesta hipótese, o jornalismo é o protagonista na formação da agenda de visibilidade pública, constituindo-se como um dos campos sociais mais importantes e poderosos da sociedade. Contudo, após a internet e as possibilidades oriundas das novas tecnologias, tanto na abertura de novos canais como novas ferramentas para potencializar a comunicação, o poder em agendar temas e formar a agenda de visibilidade pública é descetralizada dos medias tradicionais.

Um exemplo deste processo é o papel que Google desempenha nas eleições presidenciais dos E.U.A. Através de sua nova aquisição, o You Tube, a empresa mundialmente conhecida pelo mecanismo de busca, potencializou o debate público sobre a campanha eleitoral, permitindo ao usuário o envio de perguntas (em vídeo), via You Tube, para os postulantes a Casa Branca, que foram posteriomente selecionadas e utilizadas pela rede CNN no debate com os canditados. O resultado não poderia ser outro: os postulantes à presidência cortejam o Google tanto como a GM.

Enquanto visitar a GM, significa criar uma imagem “progressista’’, as seções de foto na sede do Google, em Mountain View, California buscam revelar ao público que os candidatos estão afindados com o futuro e com a tecnologia. Tudo não passa de espetáculo, certamente. Porém, os símbolos assumem uma importância definitiva em uma sociedade em que “a realidade surge no espetáculo, e o espetáculo é real” (DEBORD, 1997, p. 15). O espetáculo não é apenas um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediadas por imagens. Aplicando esta lógica à política: a disputa política passa pela imposição da imagem pública dos atores políticos nos media. A consolidação da imagem pública é resultante da visibilidade, opacidade e ocultamento que os atores tem nos espelhos midiáticos.

Foram justamente esses espelhos midiáticos que descentralizaram-se com a internet. Evidente, que os medias tradicionais ocupam um papel central na formação da agenda de visibilidade social, porém este poder não é exclusivo. Se em uma sociedade de massa, existia a separação entre a esfera pública central (construída pelos media) e esferas públicas periféricas (mídia alternativa, relações interpessoais) e os debates eram fortemente hierarquizados e unidirecional, na sociedade em rede membranas concectam a esfera pública central com a esferas públicas periféricas e o fluxo comunicacional é multidirecional e multivocal. O Google está aí e não me deixa mentir.

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Yuri Almeida