BRICS ou RIC, do Norte para o Sul ou do Oeste para o Leste?


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BRICS é uma sigla sonora e que foi inventada pela Goldman Sachs para designar alguns países emergentes de destaque: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Brasil e África do Sul  são dois países do hemisfério sul, um representando a América do Sul e o outro representando a África. A Rússia tem uma menor parte do seu território na Europa e a maior parte na Ásia. Já Índia e China são os dois países mais populosos do mundo e possuem grande influência na Ásia.

Os BRICS marcam também a emergência dos países “pobres” em um momento em que os países ricos enfrentam sérias dificuldades econômicas. Por isto, alguns analistas dizem que o mundo está virando de cabeça para baixo, com os países do “sul econômico” (pobres) apresentando melhor desempenho do que os países do “norte econômico” (ricos).

Acontece que esta imagem do mapa virado de cabeça para baixo só seria verdadeira se o Brasil – além da América do Sul – e a África do Sul – além de todo o continente africano – estivessem na liderança do crescimento econômico. Porém, estes dois continentes são muito dependentes do crescimento da China e da Índia e da demanda por commodities.

A participação da China no Produto Interno Bruto (PIB) mundial (em poder de paridade de compra – ppp) era de 2,2% em 1980, passou para 7,1% em 2000 e deve chegar a 18% em 2016, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os mesmos dados para a Índia são 2,5% em 1980, 3,7% em 2000 e 6,6% em 2016. Ou seja, a Chíndia (China + Índia) tinha um produto conjunto de pouco menos de 5% do PIB mundial, em 1980, passou para 10,8% em 2000 e deve ficar em quase 25% em 2016. Ou seja, China e Índia vão representar um quarto da economia mundial em 2016.

O crescimento e fortalecimento da Ásia é inquestionável, especialmente se considerarmos, além da Chíndia, o peso das economias japonesa, coreana e de outros emergentes como Indonésia, Tailandia, Vietnam, etc. Isto quer dizer que a economia internacional está se deslocando para o Oriente e não para o Sul.

Por fim, o processo de orientalização da economia se fortalece se considerarmos o peso da Rússia e a sua crescente ligação com o restante dos países da Ásia.

Desta forma, muito mais do que os BRICS, o verdadeiro dinamismo está nos RIC (Rússia, Índia e China). Portanto, o novo mapa do mundo não está propriamente virado de cabeça para baixo, mas está mudando de lado, com uma nova configuração de poder que vai do Oeste para o Leste.

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José Eustáquio Diniz Alves