Bella Italia! Veneza


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Veneza, cidade medieval construída sobre a água foi importante centro de comercial entre o oriente e o ocidente, atingindo o seu apogeu pouco antes do genovês Cristóvão Colombo descobrir a América.

 

 

 

 

Partimos em curtas férias para a Itália, país preferido para respirar um pouco mais de cultura. Veneza não é “logo ali”, mas de carro compensa o tempo de viagem. Da Alemanha (Düren) até a Itália (Veneza), gasta-se umas 12 horas passando pelos Alpes Suicos. Não precisamos ser bons fotógrafos para fazermos boas fotos porque para todas as direções em que se aponte a câmera existe um motivo mais que interessante para ser clicado. Veneza, cidade medieval, construída sobre a água foi importante centro comercial e cultural entre os séculos XII e XV, um elo entre o oriente e o ocidente, atingindo o seu apogeu pouco antes de um genovês, Cristóvão Colombo, descobrir a América. Com a nova rota para as Índias Orientais, de onde vinham as especiarias, Veneza perde sua importância como centro comercial e político, mas até hoje causa fascinação, principalmente aos olhos dos milhões de turistas que pululam pelas suas vielas, pontes e canais.

Foto: Grande Canal.

 

Veneza afunda

 

 

 

 

Cem dias por ano, a maravilhosa Praça de São Marcos fica sob as águas. Construída há séculos sobre milhões de troncos de carvalhos, areia, sedimentos de lama e pedra, Veneza sofre a doença da modernidade. O aprofundamento dos canais para facilitar a passagem de grandes barcos modificou o sistema de regulação de água fazendo com que o sobe e desce das mares acelerasse ainda mais a retirada dos sedimentos que dão sustentação à cidade. Os remos foram deixados de lado e agora motores rosnam entre os pequenos canais. Grandes ondas arremetem contra as frágeis bases da cidade acelerando mais o seu deterioramento. Na sua louca rotação, os motores oxigenam a água provocando o crescimento de algas, inimigas das seculares estruturas. Mas o maior problema de Veneza é o (d)efeito estufa. O nível do mar está 23 centímetros mais alto do que no século passado. Dependendo da época em que visitamos Veneza, precisamos abandonar o sapato e usar mesmo botas de borracha. Desta vez tivemos sorte, o tempo estava maravilhoso e com um céu azul borrado de nuvens.

Foto: Praça de São Marcos à tardinha. Na foto o santo Protetor Theodoro e o Leão alado, símbolos de Veneza.

 

A música pede passagem

 

 

 

 

 

A foto típica de Veneza sem uma gôndola não é foto típica de Veneza. Elas são utilizadas somente para transporte de turistas. Quando os gondoleiros estão inspirados – o que na maioria das vezes acontece -, cantam entre os canais; então, as águas dão passagem ao canto. Mesmo parecendo coisa de turista, as cenas são imperdíveis.

Foto: Gôndolas com turistas num dos inúmeros canais de Veneza.

 

Roupa molhada?

 

 

 

 

 

Não tem problema, põe pra secar na janela, oras, porque não? É tradição em toda a Itália. Aqui literalmente o mundo todo vai saber a cor da calcinha da dona da casa, raaa! Mas ai de você não colocar os pregadores direito e com isso deixar aquela cueca Gucci favorita do seu marido cair no canal. Vai ter é que pescar de volta, raaaa!! Se eu morasse lá teria já uma vara de pescar de prontidão ao lado da janela para facilitar as coisas.

Foto: O canal.

 

Ora, pombas!

 

 

 

 

A praça de São Marcos é famosa pela quantidade de pombos e de gente fotografando pombos. Essas aves são aqui como ratos com asas e se reproduzem descontroladamente. A prefeitura local já tentou – ao que parece, em vão – evitar que os turistas alimentassem os pombos, pois seus excrementos danificam os monumentos históricos. As aves são tão ousadas que já ficam esperando, isso quando não dão rasante em nossas cabeças. No dito popular, o “cagado de arara” é sorte, mas lá a gente tem que usar literalmente as palavras “cagado de pombo” em relação ao azar.

Foto: Praça de São Marcos.

 

Gucci, autêntico

 

 

 

 

 

Se o turista quiser comprar uma bolsa da famosa marca Gucci não precisa nem entrar na loja, raa! Os africanos vendem autênticas na calçada, em frente à loja, claro, para os turistas saberem que estão comprando coisa fina de marca, raaa!

Foto: Rua do centro de Veneza.

 

O charmante gondoleiro

 

 

 

 

 

Navegar de gôndola pelos canais tem lá o seu charme. Aqui está um gondoleiro típico em seu uniforme de trabalho: calça preta, blusa listadinha e chapéu com fitinha também preta. Ah, esqueci! Os “zóculos”, gentes! Não só os gondoleiros como a Itália inteira usa óculos escuros. Os óculos escuros e o celular estão para os italianos assim como a câmera fotográfica está para os japoneses.

Foto: O gondoleiro.

 

E ninguém nos esperava na estação…

 

 

 

 

 

 

Ficamos hospedados fora de Veneza numa cidadezinha a 17 km (o que aconselho aos turistas, pois em Veneza é caríssimo) e tínhamos que fazer um trajeto de 25 minutos em trem até a cidade. Em cada estação existe uma máquina automática de emitir tickets. A gente tem primeiro que aprender como funciona, isso a dois minutos da partida do trem, raaa! Eu bem que preferiria aquele senhor sentado atrás da bilheteria como nos velhos tempos, vendendo os bilhetes, a enfrentar uma dessas máquinas. A "mardita" máquina era toda em italiano (claro gente, na Itália), letra pequenininha e muuuitos botões para apertar, fora os códigos que você tem que procurar numa lista. Isso se você conseguir enxergar. Ah, os “zóculos” ficaram em casa? Então pode esquecer, raaa! Bem, depois de fuçar na máquina a quase um minuto do trem partir, fomos ajudados por uma italiana e os bilhetes do trem finalmente emitidos. Na pressa esquecemos que os ditos tinham que serem ainda carimbados em uma OUTRA máquina em OUTRO lugar. Embarcamos. No trem aparece o controlador e inicia-se uma discussão em inglês-italiano. Vocês têm que pagar uma multa de 27 euros para CADA pessoa, por viajarem sem o carimbo! Aí o meu marido encasquetou e disse: Não pago! Aí o trocador lascou, bem, eu deixo pela metade o preço. Vocês precisam pagar somente 27 euros e estamos quites, raaa!! Geente, um funcionário norrrmalll não poderia fazer uma coisa dessas. Pensei na hora, o cara vai é embolsar a multa. E o meu marido insistiu: Não vou pagar! E o trocador furibundo: Vou chamar a polícia! Então chame! respondeu. E eu lá ca-la-da ouvindo o barraco, raaa. Aí o trocador fez que discou um número no celular e falou com alguém e disse: A polícia de controle espera por vocês na estação. Geeentes, que situação. Eu presa na Itália por viajar de trem no black? Raaa!! Seria a primeira vez na vida que alguém iria me esperar no final da estação com uma comitiva daquelas. Foram 15 minutos de suspense e em Veneza ninguém nos esperava na estação…

 

Foto: Canal em Veneza.

 

Engondolamento

 

 

 

 

 

Como a gente chamaria um congestionamento nos canais de Veneza? Claro, engondolamento, raaa!

Foto: Num dos canais.

 

Veneza nos bastidores

 

 

 

A cidade de Veneza possui 175 canais com cerca de 38 km de extenção, ainda hoje utilizados como vias de transporte de gente e tudo que as pessoas precisam para viver. Coisa de louco ver aquele “trânsito” sobre as águas. Começa pela manhã e é como em toda cidade grande: aquele vai e vem de mercadorias, móveis, engradados de cerveja, material de construção, gente, tudo flutuando nos canais. Só um experimentado piloto pode dirigir num trânsito daqueles, ainda prestando atenção com a própria cabeça: é que a cidade tem 444 pontes unindo os canais. Bobeou, você tem mais que um galo, pode ficar SEM a testa. Além do que veneziano tem que saber nadar, porque os moradores tem água na porta da sala e da cozinha, raaa, sem piada. Nem pense em cair na água para dar uma refrescada. Pode acontecer de você sair despelado tamanha a sopa química. A lama do fundo acumulou anos de detritos e é altamente venenosa. Na foto um canal em obra. É Veneza nos bastidores.

Foto: Canal em obra.

 

Made in ?

 

 

 

Evitei comprar as famosas máscaras do carnaval de Veneza como souvenir. É que são vendidas aos montes em toda parte. Se estivesse no Brasil diria, Paraguai, mas aqui tenho certeza “Made in china”.

 

Foto: Máscara em uma vitrine.

 

Veneza afunda (2ª parte)

 

 

 

 

 

 

Gentes, Veneza afunda duas vezes: na água e em turista. Não há canto, ponte, paralelepípedo que não esteja ocupado por um turista ou por um turista japonês e sua câmera. Veneza é duas vezes mais visitada que Roma. São 14 milhões ao ano, imaginem! Em 1999 a prefeitura fez uma campanha dirigida aos turistas, que na maioria só permanecem poucas horas, mas deixam toneladas de lixo para trás. Um fotógrafo famoso, Olivieiro Toscani, responsável pelas campanhas sensacionalistas da Benetton fez as fotos dos ratos, dos canais cheios de lixo e dos palácios caindo aos pedaços para conscientizar (ou assustar) os turistas. Mas uma coisa é certa, fazer xixi em Veneza é caríssimo, 1 euro! Então a gente fica pensando em não seguir as regras médicas de tomar 2 litros de água por dia ou saborear aquele “cafezinho” num dos inúmeros cafés da cidade, porque senão depois vai doer no bolso. Façam as contas: uma mijada,1 euro, 3 mijadas para cada pessoa ao dia são 6 euros! Fora a… (desculpem, mas a palavra vai ficar imprópria aqui no texto, raraa!!) aí a visita fica ainda mais cara, raa! Agora, imagine se você tem uma… diarréia? Vai a falência. Mas arranjaremos outros tantos bons motivos para retornar… Veneza é linda.

Foto: Igreja de São Marcos.

 

Bons motivos para regressar à Veneza 1

 

 

 

 

 

 

Foto: Praça São Marcos

 

 

Bons motivos para regressar à Veneza 2

 

 

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Um dos canais.

 

 

Bons motivos para regressar à Veneza 3

 

Fotos: Solange Ayres

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Solange Ayres