Cultura e business em duas rodas


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Bicicletas podem ser um bom negócio, além de gerar empregos, de quebra tornam a cidade um local melhor de se viver. Os Estados Unidos, os criadores do estilo de vida "cada um com o seu carro", surpreendem por poder mostrar ao mundo que eles também andam de bicicleta. Vejamos a realidade de Portland, a capital americana das bikes.

Como trabalho neste post numa ensolarada e otimista manhã de domingo, começarei por uma historinha bacana. A cidade é Portland, capital do Estado do Oregon, no noroeste dos Estados Unidos. Considerada média pros padrões brasileiros (500 mil habitantes, mais ou menos), Portland é conhecida, nos ‘isteitis’ como a capital das bikes.

A cidade contabiliza, segundo o jornal New York Times, 32 quilômetros de ciclovias – São Paulo, vejam só, possui mais ou menos 11 milhões de habitantes, 22 vezes mais, e apenas 23 quilômetros. Possui, ainda, o maior porcentual de trabalhadores que utilizam a bicicleta para ir e voltar do trabalho, 3,5%. A, digamos, cultura ciclistica da capital do Oregon, se manifesta não apenas em números, mas também no dia-dia da cidade. Estacionamentos pra biciletas são comuns nas empresas da região. E os motoristas, em geral, respeitam que pedala pelas ruas.

Soa, para este escriba, bastante estranho que os Estados Unidos, logo eles, que inventaram a cultura do "cada um no seu carro" (que o mundo inteiro adotou, ressalte-se), que criaram a Ford e a GM, que batizaram Detroit como a capital do automóvel, abrigassem uma cidade como Portland, em que esse tão não-poluente meio de transporte tenha conquistado espaço.

O segredo, ao que me parece, é o fato de que, como em todas as áreas, os americanos transformaram as bikes num baita dum business. A cidade possui nada menos que 125 pequenas empresas que, de uma forma ou de outra, se beneficiam do negócio das biciletas, seja fabricando quadros, capacetes ou mesmo equipamento pra transporte das magrelas. O número de trabalhadores empregados nesse setor aumentou de cerca de 200 há uma década para mais ou menos 800 atualmente, informa uma consultoria especializada, a Alta Planning and Design.

As próprias autoridades da cidade já reconhecem o tremendo negócio em que as bikes se transformaram. "Nosso objetivo é tornar a cidade tão sustentável quanto possível. Isso significa sustentável socialmente, ambientalmente e economicamente. Não há retorno melhor para o investimento em transporte do que aquele destinado à promoção do uso das bicicletas", afirma o secretário municipal de transportes da cidade, Sam Adams. Na mesa do secretário, há um projeto para se ampliar a atual rede de ciclovias dos 32 quilômetros já mencionados para nada menos que 177 quilômetros.

Para os americanos, a questão, seja ela de que natureza for, só desperta mesmo interesse quando envolve uma boa oportunidade de negócios. E é assim, apostando nas bikes como business, que estão transformando Portland numa cidade viável pros ciclistas.

Logo, logo, tem mais.

Mais informações: http://bikeportland.org/

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Danilo Vivan DV