Sam & Max – a Polícia Freelance em quadrinhos (parte 1)


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Eles se tornaram famosos nos jogos de computador, fizeram sucesso também na TV…mas nasceram nos quadrinhos. Esta é a primeira de três colunas, contando como tudo começou para o cachorro e o coelho.


Quem cresceu nos anos 90 deve se lembrar de Sam e Max. A dupla de “policiais freelance” ficou famosa por estrelar um adventure da LucasArts, mas muitos fãs brasileiros não sabem que as primeiras investigações destes heróis fora do comum aconteceram nos quadrinhos.

Para quem não conhece a dupla, aí vai uma rápida apresentação: Sam é um cachorro de cerca de 1m80 que veste terno e chapéu, e Max é uma “coisa hipercinética parecida com um coelho”. Os dois moram em Nova York, e trabalham num escritório caindo aos pedaços. Muitos dos casos investigados pela dupla começam com uma ligação do Comissário, personagem nunca visto que informa à dupla onde há problemas. Esse “onde” pode ser o bar da esquina, o Antigo Egito ou mesmo a Lua.

Escritas e desenhadas por Steve Purcell, as histórias de Sam e Max são um sarro, com muitas cenas de humor negro e tiradas ácidas a ponto de derreter metal. Uma coisa interessante é que Purcell usa muitas soluções forçadas, como aliados que chegam na hora exata para resgatar os heróis – mas ele o faz de uma forma tão engraçada (e que casa tão bem com a história), que fica difícil criticar.

Os títulos das histórias geralmente não têm nada a ver com as tramas em si, e costumam apresentar créditos descrevendo a trama como adaptação de uma aventura de nome esdrúxulo veiculada em outra mídia.

Mas chega de perder tempo falando – vamos às histórias!

* Monkeys Violating the Heavenly Temple (1987)

A primeira aparição de Sam e Max traz muitos dos elementos que caracterizariam todas as aventuras da Polícia Freelance em diferentes mídias: os métodos violentamente hilários de combate ao crime, as brigas para atender ao telefone, baratas e ratos por toda parte…

Tudo começa com um rápido passeio da dupla pelas ruas de Nova York, evitando pelo menos dois assaltos e fugindo de um guarda de trânsito. Chegando ao escritório, a dupla cumprimenta seu vizinho Flint Paper, um detetive durão "à moda antiga", e depois de atender um telefonema do Comissário parte numa investigação. O bizarro é que Sam simplesmente diz "precisam de nós nas Filipinas", e no quadrinho seguinte os dois estão lá, do outro lado do mundo. Isso se tornaria uma constante nas histórias da dupla, e é tão forçado que acaba sendo hilário.

Chegando às Filipinas, "desenhadas sem quaisquer referências visuais", os heróis roubam uma carroça e chegam ao consultório de Fritz Nunkie, um falso vidente envolvido em sacrifícios humanos – problema para o qual o Comissário os havia alertado. Max entra pela janela para distrair quem quer que esteja lá dentro, e enquanto Sam busca outra entrada o vilão parte levando o ensandecido coelho consigo.

Jurando vingança contra o psicopata e roubando a bicicleta de um garotinho, Sam parte para o resgate. Ele segue uma pista escrita por Max em sangue de galinha, e chega ao Monte Kilamansta – local onde a louca seita liderada por Nunkie prepara-se para sacrificar o coelho. Uma tentativa de resgate disfarçando-se de "deus do vulcão" não termina bem, e logo os dois heróis estão amarrados a grandes postes no topo do vulcão.

Felizmente, os dois conseguem se soltar e enfrentar a multidão. Usando um dos postes como aríete, os heróis jogam os enfurecidos seguidores no vulcão.

SAM: Me sinto mal por isso.
MAX: Mas eles tinham tochas, e aquelas coisas dos filmes do Frankenstein!
SAM: Ah, então tudo bem.

Como resultado de um monte de gente ser jogada na lava, um furioso deus do vulcão se manifesta, e tendo completado sua missão Sam e Max partem de volta para a América.

No vôo de volta, enquanto Max brinca com suas ervilhas, Sam se levanta para esticar as pernas. O cachorro detetive acaba topando com um terrorista vestido de palhaço, e detém o vilão fazendo-o atirar na janela do avião. Depois que o sequestrador é sugado pela janela do avião, Sam usa a bandeja de almoço para conter a despressurização (!) e contém a ameaça.

Em agradecimento a nossos heróis por terem salvo o dia mais uma vez, uma bela aeromoça anuncia que foi autorizada pelo capitão a "trazer tudo o que vocês quiserem". Max pede todas as mulheres nuas que seus pobres olhos possam ver, e ao ser lembrado por Sam de que não gosta de garotas ele pede outra porção de amendoins.

* Night of the Gilded Heron Shark (1987)

Voltando a seu escritório, Sam e Max encontram um estranho vilão numa cadeira de rodas e com um aquário no lugar da cabeça. O vilão, acompanhado de dois seguranças, apresenta-se como Mack Salmon, e explica que a Polícia Freelance foi responsável pela sua transformação. Como punição por isso, Salmon manda seus capangas atacarem nossos heróis. Max enfrenta um dos bandidos, e logo os Rubber Pants Commandos (imaginem bebês de fraldas e armas ao estilo Braddock, e tentem não rir se conseguirem), chegam para ajudar nossos heróis.

Os Commandos não demoram a conter Salmon e seus homens, e quando o vilão já foi derrotado os policiais pergunta ao líder da tropa, o chimpanzé Sargento Blip, como eles chegaram tão rápido para poder ajudar. O Sargento explica também que usa fraldas, mesmo por já ser adulto, perguntando a Max se ele já viu o traseiro de um chimpanzé. "É horroroso!", sintetiza Blip.

Salmon foi criado para ser uma espécie de Lex Luthor versão peixe, e infelizmente apareceu pouco desde então. Assim como os Commandos, ele fez uma participação na série animada de Sam & Max.

* Night of the Cringling Wildbeast (1987)

Sam e Max saem para um passeio noturno no parque de diversões, e entre marinheiros com tatuagens absurdas (tipo "Nascido para trabalhar aqui até Jesus voltar à Terra") e assustadores palhaços fazendo esculturas com balões descobrem que o local está servindo cachorros-quentes no palito piratas. ("E vindos da América do Sul, lar dos animais mais feios do mundo!", completa Sam.)

Por não conseguir pensar em nenhuma fala, Sam encarrega Max de punir o falsificador de iguarias. Enquanto espera, ele vai passear pelo parque, inclusive ganhando um cavalo de pelúcia. A punição que Max reserva ao vendedor é no mínimo cruel: fazê-lo comer todos os cachorros-quentes falsos e jogá-lo amarrado na montanha-russa.

Resolvido o problema, Sam convida seu parceiro para ir ver "o melhor garoto com cabeça de roedor em todo o Estado – sem contar você, claro".

Calma que ainda não acabou! As aventuras de Sam e Max são tão insanas que não couberam numa coluna só. A continuação vocês conferem daqui a dez dias, nesta mesma Mundo Quadricolor.

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Tiago Andrade