Keep Out: Backstage!


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Quem nunca assistiu àquele filme, ou àquele espetáculo, e ficou se perguntando o que, realmente, acontecia nos bastidores? Acho que todos já se perguntaram como seria estar na coxia durante alguma apresentação. Saber como é a preparação de cada artista, saber como tudo é organizado, conhecer um pouco da correia que é esse mundo tão exclusivo – sim, usei a palavra exclusivo, simplesmente, porque só quem faz parte do show sabe o que se passa realmente.

Nessa postagem falarei sobre os bastidores de uma academia de dança. Mas deixo claro que, não importa muito se é dança ou teatro, os bastidores têm uma insuportável coincidência entre si. (É claro que existem aquelas que não se encaixam aqui, mas veja bem, falo de escolas que realmente apresentam espetáculos grandes. E é aí que tudo começa. )

 

Insuportável? Sim. O mundo dos bastidores quase nunca é tão belo quanto o que se vê nos palcos ou nas telas. Muitos filmes de dança retratam esse mundinho, o Center Stage, por exemplo, é um deles. E o mais interessante é que, seja numa renomada escola de dança, seja numa pequena academia, nada muda em relação a isso.

A tensão que precede uma apresentação deixa a todos com os nervos à flor da pele e os ânimos mais exaltados ainda. Toda essa adrenalina gera uma série de briguinhas, discussões e atritos entre as bailarinas. É bem comum os melhores papeis irem para os melhores bailarinos, e o resto que continue correndo atrás de um lugar ao sol. Todo esse processo de escolha de personagens aflora a inveja na maioria dos bailarinos, assim como o esnobismo naqueles que se destacam.

Juntamente com essas confusões entre dançarinos, há, também, uma série de ensaios árduos que são repletos de discussões entre parceiros, principalmente, sobre a forma como ele a conduz, ou sobre a falta de interesse do outro. Há aqueles que encaram a apresentação como uma coisa tão séria, que chegam a ensaiar durante horas, prejudicando, assim, seu próprio corpo. A busca pela perfeição pode se tornar uma coisa doentia.

Como faço parte desse mundo, digo com firmeza, que essa falta de solidariedade por parte dos dançarinos prejudica, claramente, o desenvolvimento da dança. Mas aí você, caro leitor, perguntar-me-á: “se isso prejudica tanto a dança, como vocês consegue dançar tão bem?”. Eu lhe digo que isso só acontece por causa da capacidade do ser humano de esconder as coisas. Usando um termo meio vulgar, fomos treinados para parecermos bem. Sim, treinados! Além de bailarinos, somos atores. Não importa o quão ruim você esteja se sentindo, ou o tamanho da sua dor física. Na hora em que um bailarino entra em cena, tudo isso tem que ser deixado na coxia.

Agora você, leitor, entende o que eu quis dizer quando escrevi que esse mundo dos bastidores era insuportável, certo? Nem tudo é o que parece. Principalmente nesse mundo artístico.

Au Revoir.

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Sara Gobbi