Rock of ages – Cheesy Rock & Tom Cruise


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 Não vai marcar época, muito menos será divisor de águas. Nem sei se será lembrado. Não posso afirmar se vai virar “cult” no futuro, mas não é e nem será um clássico. Contudo, talvez as pessoas se lembrem de Tom Cruise como Stacee Jaxx… Talvez…

 

A historinha é sofrível como em quase todos os musicais. Dois jovens tentando ser cantores em Los Angeles, Hollywood. Uma mocinha do interior chega na cidade grande e dá de cara com o amor de sua vida, um cantor frustado que trabalha num bar tradicionalmente rock and roll. As aventuras desses dois são regadas a hits antigos misturados com refrões de algo que soa como novo – adivinha qual dos dois a gente gosta mais? – passa pela falta de confiança em si e uma gang de puritanas que querem acabar com o bar. E termina… Bem, você já deve adivinhar como termina, nem vou dar spoiler.

 

A mocinha é uma loirinha com uma voz de pato estridente, chata pra encrenca. Claudia Abreu com sua Chayene daria uma escovada de verde e amarelo nela! E seu namoradinho imberbe e photoshopiado quase canta bem, se não se preocupasse tanto com seu gloss. Os coroas poderiam ter salvo o filme – Catherine Zeta Jones já está acostumada a cantar, faz bem, interpreta; Alec Baldwin surpreende com uma voz interessantemente gutural; Paul Giamatti poderia ter sido melhor explorado… – mas não se iludam, pois este não é e nem chega perto de “Mama Mia”. O sucesso de “Mama Mia” foi justamente esse: colocando os coroas para cantar algo da geração deles e os jovens só de fora, acompanhando.

 

Em Rock of Ages eles tentaram fazer um revival pra chamar os velhos e colcaram dois pirralhos que mais pareciam ter saído de High School Musical ou Glee para atrair os jovens, mas percebi que no final ninguém se identifica totalmente com nenhum dos dois e o espectador fica órfão no meio do caminho. Aliás, o casalsinho principal nem sofre, quer dizer, sofre, mas estão sempre rindo. Não consegui saber a diferença de quando riam ou quando choravam, pra ser bem sincera. E por falar em não entender alguém, eu ainda não saquei qual é a do Russel Brand (ex-Katy Perry, que essa sim, apesar de chata, sabe o que faz e pra que veio). Ele é classificado em busca da internete como “comediante” – nunca ri com nada que ele tenha feito até agora! – e como “inglês”… Ele faz um sotaque inglês tão forçado que chega dar vergonha alheia e consegue se tornar um esteriótipo de si mesmo! Porém, o personagem de Baldwin e de Brand rendem uma coisinha engraçada no final…

A história vira uma balbúrdia medíocre, uma gritaria de rock sem roll e ofende até mesmo o cheesy rock, metendo o tal do saxofone no meio! Ninguém faz sentido ali e o único personagem que fala algo que presta em algumas frases soltas é o Stacee Jaxx mesmo, e olha que ele é considerado o “lesado”. Tentam salvar a coisa chamando a poderosa Mary J. Blidge, mas não dá tempo de curtirmos ela, pois ela nem dá um groove, só se joga na gritaria.

Em “Rock of Ages” a surpresa é dele, aliás, é ele, mesmo não sendo o protagonista. Ele canta sim e não é ruim. Sua voz aguda casou bem com cheesy rock dos anos 80. Tom Cruise com seu corpão malhado (5.0, hein? Colocando muito meninão de 20 anos no chinelo!), seu cabelo sempre impecável também ficaram perfeitos na caracterização. Mesmo forçando a sensualidade (não adianta, ele é frio, não tem jeito) ficou bem de novo, como os tipos roqueiros daquela década, porque eles eram mesmo afetados. Sua voz nasalizada ao falar é compensada pelos bonitos “s” que pronuncia e sua lombar está em dia, obrigada! Há muitos cambrés! O take em que ele entra em cena é bom, impactante. O momento alto é Tom cantando “Pour some sugar on me” do Def Leppard. E ele até parece dar um riff de guitarra! Não sei ao certo, estou com preguiça de pesquisar, desculpa.

Não botava fé em Tom Cruise na década de 80, quando ele surgiu. Eu já curtia Johnny Depp, River Phoenix, Gary Oldman, os bonitos novos beatniks underground. E aquele rapaz de beleza de estátua grega, lindo, mas frio, simpático, mas nada sensual, na minha opinião não venceria a década e só faria menos de uma dezena de filminhos para jovens mocinhas apaixonadas. Mas ele insistiu, venceu a dislexia e seguiu se arriscando. Mesmo assim só fui respeitá-lo depois de “Entrevista com Vampiro” e aí pensei: “Epa! Espera. Tom Cruise se expôs, acho que vem coisa interessante por aí”. Antes ele já tinha recebido elogios por “4 de julho”, mas eu não acreditei… Depois de vários desafios que ele demonstrou ter coragem de enfrentar, passei a gostar dele. Ele não é um espanto em atuação, porém tem gente por aí com menos tempo de estrada, mais badalação do que ele, e nenhum talento. Ele é persistente, se arrisca e não perde a pose.

Talvez possa-se até lamentar em não ver o Tom Cruise cantando mais no filme, contudo concluí: acho que isso não foi possível e eles podem ter pensado em não “gastar” todas as cartas da manga sobre o moço. Brincadeirinha! Acho que não era necessário, de verdade… Ah, mas tem mais uma coisa que gostei no filme: o batom que a mocinha usa. Lembrei-me de um que tive na adolescência, o único que tive até hoje da Helena Rubstein e foi maravilhoso! Ainda me lembro do cheiro daquele batom rosa! 

Bem, é um filme pra se ver comendo pipoca – e isso pra mim não é sinal de algo bom, ok? – mas em casa. Se quiser realmente ver, espera sair em DVD, Tela Quente ou SBT.

 

 

 

 

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Ana Al Izdihar