(Nossa) Língua Francesa


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O francês é sempre foi idioma afeito à aristocracia, que chegou até a Rússia dos Czares e à Pelotas das Charqueadas, num contraste, assim, aberrante, entre o meio natural e a inflexão da língua de Molière. Mas, se pros russos brindar com santé poderia ser complexo, muito mais próximo do português que também vem do latim; o francês tem pas mal de sutilezas.

Pela fala, se infere algo do falante.
Aqui, por força do verbo, o tombo é inevitável. E haja mercúrio cromo.
Não se fica doente, on tombe malade, o que até pode agravar o estado do enfermo. Não se apaixona, on tombe amoureauxamoureuse para as mulheres. Essas, aliás, talvez porque eles a julguem incapazes de dissociar o ato do sentimento, se não tomarem os contraceptivos adequadamente, tombent enceintes.

As máquinas, ou seres, por delicados que sejam também são susceptíveis à queda. Eles não entram, mas tombent en panne. No fim, ou em etapas intermediárias, varia sempre, quando já não dá, não mais interessa, claro, se deixa cair pra mó de total desistência, então, se laisse tomber.

Aparentemente, se ama muito por aqui. Rubem Fonseca reclama que na ‘língua brasileira’ se ama demais. Coisa de contágio, segundo ele, do inglês, e que, nesse momento, do Brasil, a peste contamina a língua de Camões. Onde eles gostam muito e até querem muito bem, mas não amam tanto assim.
Desconheço o fluxo do vírus, mas, aqui, on aime tout. Livros, viagens, músicas, filmes, o sol, e, até, pessoas.
Ênfase: j’adore. Mas dizer je t’aime, e sentir-se Gainsbourg e Jane Birkin não tem preço.

Ça va? Equivale ao nosso "tudo bem". Traduzindo literalmente ficaria “isso vai”? Quando está a contento, pode ir, ça peut y aller. E o importante é que vá mesmo. Tanto, que, quando não conseguimos fazer algo, é porque a gente não chega, on n’arrive pas.

O que eu gosto mais: merda aqui é verbo. E , que é aqui, eu cesso de vous emmerder, sem concluir, évidement, porque cronista conclusivo… ça tombe mal.

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larissa bueno ambrosini