Praga: primeiro dia


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Meu primeiro dia em Praga foi realmente especial. Depois de longas horas viajando eu pude finalmente ter a minha primeira visão da cidade, da colina Petřín.

Olá a todos,

Talvez este seja um primeiro parágrafo chato, mas eu me sinto impelido a escrevê-lo. Posso ao menos prometer que ele será curto. Meu nome é Gilberto Agostinho e sou um estudante de composição e regência e vivo em Praga, na República Tcheca, desde setembro de 2008. Fui convidado recentemente pelo pessoal do OPS! para participar de uma coluna, e muitos possíveis assuntos me passaram pela cabeça. Acabei optando por escrever sobre Praga, já que esta cidade tem sido muito generosa para com todos os meus interesses. Poderei escrever, por exemplo, sobre música ou sobre jogos de cartas mantendo o assunto inicial.

Meu primeiro dia em Praga, ou Praha, como se diz em tcheco, foi realmente especial. Depois de um grande trânsito em São Paulo, atraso do meu avião, um longo vôo até Zurique, várias horas de espera e algumas humilhações que cidadãos do terceiro mundo às vezes tem de enfrentar, eu cheguei ao meu destino. O aeroporto Ruzyně fica um tanto fora da cidade, e eu iria passar os primeiros dias na casa de um amigo, um dormitório estudantil que fica no topo de colina Petřín. Não é preciso passar pelo centro para se ir do aeroporto até o dormitório e eu ainda não tinha idéia de como Praga seria.

Chegamos ao dormitório, e como a excitação era muito maior do que o cansaço, decidimos tomar uma cerveja no centro, e assim eu poderia ter uma primeira impressão da cidade (e da cerveja local). Para ir até o centro a partir da colina Petřín costuma-se tomar o funicular, que nada mais é do que uma espécie de bonde sobre trilhos que sobe e desce a colina. E estando dentro do funicular eu tive a minha primeira vista da cidade:

Foi um momento mágico. Praga, que até então estava escondida dos meus olhos, me apareceu repentinamente, vista do alto, e em toda a sua imensa beleza. Pude entender imediatamente porque ela é conhecida como ‘a cidade das cem torres’. Acredito sinceramente que haja mais do que cem delas, o que frequentemente me resultou em problemas de navegação pelo centro. Nunca se pode usar uma catedral ou uma torre como referência pois elas exitem em grande número e o pobre turista ou recente morador irá, inevitavelmente, se perder.

Eu duvido muito que exista uma maneira mais impressionante de se ver esta cidade pela primeira vez pois se, por exemplo, um viajante toma o metrô e sai diretamente no centro, ele nunca terá idéia da grandiosidade que a cidade tem a oferecer. Eu realmente fiquei sem palavras.

E desde então, a colina Petřín se tornou o meu local favorito na cidade. Quando o dia está bom e eu estou com tempo livre, ou quando estou melancólico, sempre retorno a este local. E a palavra é exatamente esta, retorno. É como se eu pudesse experimentar tudo isto novamente, como na primeira vez. Gosto de passar horas ouvindo Bach e olhando a cidade, ou então as obras de Mozart que possuem ligação com Praga (tais como a bela Sinfonia No.36, conhecida como ‘Sinfonia de Praga’, ou a ópera Don Giovanni, que foi concluida e estreiada neste local).

Minhas impressões foram mudando com o passar do tempo. Hoje eu resido um tanto afastado do centro e tenho alguns problemas de adaptação com a cultura local, mas sempre que tenho pensamentos pessimistas eu retorno até a colina Petřín para me lembrar o que me trouxe aqui. E a beleza estonteante deste local nunca deixou de me animar novamente.

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Gilberto Agostinho