Olha o prefeito de Berlim, será que ele é, será que ele é…


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Uma bombástica declaração foi feita no ano de 2001 na convenção do Partido Social Democrata alemão. As palavras de Klaus Wowereit receberam a ovação do plenário e fizeram história. Hoje ele é o prefeito da capital da República, Berlim, uma das mais importantes cidades Europa.

 

 

 

 

É. O prefeito de Berlin é gay. “Ich bin schull… und das ist auch gut so”, “Eu sou gay… e é bom que seja assim”. Com essas palavras que também viraram título do seu livro de memórias: “…und das ist auch gut so: mein Leben für die Politik” em co-autoria com Hajo Schumacher, Klaus Wowereit fez história na política. As moças suspiram assim como também os rapazes, mas foi no “Bar Centrale” que ele conheceu o neuro cirurgião Jörn Kubicki, seu atual companheiro, portanto esqueçam o gato Wowereit já é comprometido.

site dele (Cliquem aquí o site dele em alemão ). No site ha também textos em ingles e frances.

 

Antes tarde do que nunca

 

A declaração pública de sua homossexualidade se deu em 10 de junho de 2001, quando foi indicado candidato do SPD, Partido Social Democrata alemão, contra a candidatura de Eberhard Diepgen indo para a ofensiva: “Eu sou gay” (veja o filme) “antes que os argumentos fossem colocados de outra maneira na imprensa”. Wowereit é um prefeito charmoso e governa a cidade desde 16 de junho de 2001. Wowi para os íntimos, 54 anos é formado em direito e fez sólida carreira política. Desde os 35 está no SPD, Partido Social Democrata e é dono de uma respeitável popularidade. Como cidadão participa de inúmeras iniciativas no setor da educação e cultura. Desde janeiro de 2007 é o, digamos presidente da Cooperação Cultural entre a Alemanha e a França.

Wowereit é uma pessoa prática e vai diretamente ao assunto. Em debates como a criminalidade na juventude a sua resposta é: “Não há o que tolerar (violência) ou se desculpar, mas não podemos entregar. Temos que tomar medidas educacionais e não prender". Dirige-se aos turcos para que utilizem com toda a tenacidade os cursos oferecidos em Berlim para se formarem se profissionalizarem e se integrarem à sociedade. “Formação profissional significa futuro”.

Os empreendedores, comerciantes de origem turca geram emprego e também a possibilidade dos jovens se integrarem e terem uma melhor perspectiva de vida.

Para ele direitos humanos têm que ser válidos em todo mundo e “Por isso temos que lutar”. Embora Berlim tenha uma intensa parceria com a cidade de Pequim, ele como convidado não irá participar da abertura dos Jogos Olímpicos, deixando claro sua posição quanto aos direitos humanos na China.

 

Tolerar é diferente de aceitar

 

Em 27 de maio de 2008 em Berlim, foi inaugurado o Monumento em Memória aos Homossexuais perseguidos pelo Nacional Socialismo, um bloco de cimento parecido com o Monumento ao Holocausto. No evento, lógico, não poderia deixar de estar presente o prefeito da cidade Klaus Wowereit. Posiciona-se claro na questão da igualdade dos homossexuais não somente no papel, mas de fato. Ele trabalha para que a sociedade aceite os seres humanos como eles são, nas suas diferenças e singularidades e enfatizou: “Não temos que “tolerar”, mas sim lutar para aceitar”.

 

Homossexuais e o Regime Nazista

 

Historiadores contam com mais de 50.000 homossexuais vítimas do Regime Nazista em toda a Alemanha. Somente em Berlim foram 5.000. Em 1945 quando a guerra terminou os sobreviventes não puderam ser reabilitados, isto é, ter os seus direitos como cidadãos de volta. Na época, assim como os judeus, as vítimas dos nazistas perdiam seus títulos profissionais e conseqüente eram proibidos de exercerem suas profissões. Em 1969, quando a lei foi modificada a maioria das vítimas não vivia mais.

Os homossexuais debaixo do Regime Nazista eram tratados como doentes mentais, criminosos, enviados para manicômios ou para aos campos de concentração, muitos deles recebiam como condenação a castração. O parágrafo 175, ah os parágrafos e as leis estapafúrdias, condenava o beijo entre homens. Em particular em Berlim, entre 1935 e 1940, a temida polícia nazista, Gestapo, foi responsável pelos inúmeros casos de perseguição a homossexuais. Ao regime não interessava homossexuais e nem lésbicas, pois não serviam para a “reprodução da raça ariana”.

 

De perto

 

 

 

 

Suas aparições na mídia são sempre uma atração já foi convidado comparecer em diversos programas de TV. Já atuou na série Berlin, Berlin em 2004, no filme “Alles auf Zücker” como o próprio prefeito de Berlim. Ah, se vocês passarem pela nova filial, em Berlim, do Museu Madame Toussauds, podem vê-lo de perto em…cera, mas Wowi pode ser encontrado também ao vivo festejando o Christof Day, em Berlim em um carro alegórico no centro da folia (foto).

O Christof Day Street é comemorado em todo mundo como forma de reivindicar os direitos dos homossexuais e lésbicas. No dia 28 de junho de 1969 na rua Christopher no bairro de Greenwich Village em Nova Yorque os policiais fizeram uma batida no Bar Stonewall desencadeando uma onda de violência contra os homossexuais que durou dias. Desde então as demonstrações do Christopher Day acontecem em junho/julho e é um acontecimento internacional. De demonstração passa a ser uma grande festa de rua, assim como no Brasil o “Dia do orgulho gay”.

 

O livro

 

“-Ich bin einer Berliner” “-Eu sou um berninense”, esta frase dita pelo presidente Kennedy, do qual ele é fã, em visita a Berlin no ano de 1963 no final de seu discurso, poderia ser também proferida por Klaus Wowereit. No seu livro de memórias ele conta a história de um menino cuja a família tinha problemas para pagar as contas do aquecimento, era discriminado na escola e que olhava triste as vitrines do KaDeWe (chique e caro shopinng center em Berlin). Nascido na cidade em 1953, foi um dos filhos 5 de uma mãe que precisava fazer limpeza em casas de família e que tinha 5 bocas em casa para tratar. A mãe, uma figura importante na sua vida: “Ela não tem nenhum problema por eu não me interessar por mulheres, mesmo quando ela desejaria que eu tivesse uma família”.

O tema central do livro sua declaração de que era homossexual e as conseqüências na sua vida privada, durante a conferência do Partido SPD em 2001, atitude corajosa para um político de seu calibre ainda mais n`Este conservador País Alemanha.

Mas contrariando o conservadorismo e as más línguas numa pesquisa de opinião em 2006, Wowereit sai na frente no que diz respeito a competência administrativa. Ele tem uma grande aceitação na cidade em particular em relação às propostas feitas para a integração de estrangeiros, reforma do sistema de saúde e educação. Como nenhum outro representa Berlin como capital cultural da Europa. É uma personalidade conhecida em 90% dos alemães e o mais querido social democrata, mais que o ministro do exterior Steinmeier!

 

Perguntado pela revista Stern sobre uma possível candidatura ao mais alto posto da Alemanha ele respondeu: “Eu acredito que seria possível”.

Porque não? Eu voto nele.

 

Foto:

Bradenburgtor, Berlin/2008. Exclusiva para o OPS do nosso colaborador/correspondente em Berlin Fernando de Souza.

Klaus Wowereit no Christof Day em Berlin em 2004 gentilmente cedida Nobert Blech.

Fonte:

Berlin Morgen Post.

Tasgspiegel.

Die Welt.

Wikipédia.

Denkmal für die Opfer im Nationalsozialismus Verfolgten Homosexullen.

Bürgermeiter Klaus Wowereit stellt Berliner Studie vor „NS-Opfer unter Vorbehalt. Homosexuelle Männer in Berlin nach 1945.Magnus-Hirschfeld-Gesellschaft/Forschungsstelle zur Geschichte der Sexualwissenschaft.

Männer mit dem Rosa Winkel/Homosexuelle im Konzentrationslager Sachsenhausen.

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Solange Ayres